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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

"Paraíso das Araucárias" prevê o corte de 1.645 árvores em risco de extinção

Condomínio residencial da CRH Empreendimentos e Participações S/A, denominado “Paraíso das Araucárias” pode se transformar no “inferno” de 1.645 árvores

Foto: Refúgio Ecos da Natureza - Campo Alegre, SC

A araucária, ou pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), garante a sobrevivência de muitas espécies da fauna e flora. Suas folhas, sementes e madeira são importantes para manter o equilíbrio do ecossistema. É tamanha a sua importância que em 2005, por meio de um decreto presidencial, criou-se o Dia Nacional da Araucária, comemorado em 24 de junho.
Ambientalistas estão inconformados com recente decisão judicial que permitiu o corte da espécie considerada em perigo crítico de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Brechas em normativas e de fiscalização aumentam as chances de que ela desapareça das paisagens nacionais nas próximas décadas. E o empreendimento imobiliário de Campo Alegre, SC, dá enorme contribuição para isso.

Foto: Refúgio Ecos da Natureza - Campo Alegre, SC

Parecer técnico de relatório de vistoria do Consórcio Intermunicipal Quiriri (CIQ), de “Supressão de vegetação nativa em área urbana para fins de parcelamento de solo (condomínio de lotes)”, de 13 de setembro de 2024, aponta para o indeferimento do empreendimento “indicando desconformidades com a legislação”, o que foi acatado pelo órgão ambiental do município.
Todavia, no dia 07 de novembro de 2024, o Juiz de Direito Marcus Alexsander Dexheimer, da 1a Vara Cível da Comarca de São Bento do Sul, determinou decisão liminar favorável ao empreendimento alegando que “os fundamentos que levaram o órgão técnico a proferir parecer desfavorável ao licenciamento do projeto não se sustentam frente ao regramento jurídico vigente, de sorte que não podem ser utilizados pelo Poder Público municipal para indeferir a Licença Ambiental de Instalação do empreendimento”.
A reação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) foi imediata contra a liminar. No dia seguinte, o Promotor de Justiça Thiago Alceu Nart ingressou com embargos de declaração argumentando que a concessão de licença pretendida resultará na supressão de espécie ameaçada de extinção. “Assim, é evidente que a decisão proferida, em sede de tutela de urgência, implica em dano irreversível ao meio ambiente”.
O promotor argumenta que conceder a tutela de urgência para o empreendimento “fulmina o interesse na referida discussão, pois o dano ambiental (mesmo que a ação seja julgada improcedente) já estará consumado” e considera a omissão do juízo a análise do perigo de dano e da irreversibilidade, o que justifica como necessários os embargos.
A posterior decisão favorável, em harmonia com o MPSC, do Juiz de Direito Felipe Nobrega da Silva considera a “relevância dos fundamentos apresentados pelo Ministério Público, bem como tendo em vista risco de dano grave ou de difícil reparação”.

Foto: Refúgio Ecos da Natureza - Campo Alegre, SC

Ambientalistas comemoram a mais recente decisão judicial, mas temem a vitória do empreendedor no desenrolar do processo. “A sociedade precisa se unir em defesa do meio ambiente. O caos ambiental que estamos presenciando tem como culpados leis inadequadas, casuísticas e decisões judiciais equivocadas. Precisamos impedir o corte destas araucárias”, conclama Julium Schramm, do Observatório Ambiental.
Faz coro o presidente do Instituto Viva a Cidade (IVC). “Neste momento crítico é imprescindível que o desenvolvimento econômico aconteça de maneira sustentável, harmonizando a geração de empregos e renda com a proteção dos nossos biomas e patrimônios naturais. A preservação das araucárias é vital não apenas para a biodiversidade que conhecemos hoje, mas também para assegurar que as futuras gerações tenham acesso aos recursos valiosos que esse ecossistema oferece”, defende Thiago Zschornack.
O promotor resume a sua manifestação. “Uma vez implementado o corte das árvores em extinção, o dano ao meio ambiente é irreversível. Portanto, a decisão liminar do Poder Judiciário, que na prática autorizou o corte da vegetação nativa, deve ser revista, pois não levou em consideração que os efeitos dela são irreversíveis e a própria legislação veda decisões liminares irreversíveis, ainda mais em prejuízo do meio ambiente. O que o Ministério Público busca, nesse momento, é que a decisão do Poder Judiciário pelo corte ou não da vegetação nativa só ocorra com muita segurança no final do processo, depois do caso ser completamente debatido e analisado. Muito preocupa o Ministério Público a possibilidade de o Poder Judiciário decidir, ao final do processo, que o órgão ambiental tinha razão de não autorizar o corte da vegetação nativa se esse corte já tiver sido realizado de forma precipitada”, pondera Thiago Alceu Nart.

A árvore é destaque como atrativo turístico pela prefeitura de Campo Alegre, SC, como esta imagem que ilustra uma página do sítio virtual oficial do executivo municipal

A araucária possui madeira de excelente qualidade e o seu fruto, o pinhão, tem alto valor nutricional. Por suas características econômicas, a árvore foi exaustivamente explorada sendo incluída na lista das espécies ameaçadas de extinção. A extensão das florestas dessa espécie diminuiu 98%, de 182 mil km2 para 3,6 mil km2. Estudos alertam que a araucária pode desaparecer em menos de 50 anos se decisões, como a recente, forem normalizadas no judiciário.
A valoração econômica dos recursos ecossistêmicos do bioma concentrado de araucárias é inestimável. 
Até o início do século XX o pinheiro-brasileiro dominava as paisagens do sul do Brasil. As florestas de araucária distribuíam-se pelo Paraná (40% da área original), Santa Catarina (30%) e Rio Grande do Sul (25%). Outros estados também premiavam a natureza com alguns remanescentes; São Paulo (3%), Rio de Janeiro (1%) e Minas Gerais (1%).

Fizemos contato com o representante legal da CRH Empreendimentos e Participações S/A, que tem sede à rua Xavantes, 54, em Joinville, SC. Decorridos alguns dias, até o fechamento dessa matéria, não tivemos respostas. 

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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

IVC confirma denúncia no MPSC

O advogado ambientalista do Instituto Viva a Cidade (IVC), Giovanni Soletti reuniu-se com o promotor público de Araquari, SC, Leandro Garcia Machado, para complementar com documentos e novas informações a denúncia que a Oscip ambientalista fez no Ministério Público Estadual (MPE).

Promotor Leandro Garcia Machado avalia a denúncia protocolada pelo IVC assessorado pelo advogado ambientalista Giovani Soletti

Soletti saiu animado do encontro por confirmar o comprometimento do MPE de Araquari com o meio ambiente. "O promotor e sua assessoria foram solícitos e prontamente atenderam nosso pedido para esse encontro", diz o advogado que também é membro da diretoria do IVC e atua no caso com atividade de voluntariado.
Soletti destaca que a edição de maio de 2018 do Jornal O Araquariense é um documento público oficial que confirma, com fatos e depoimentos, a denúncia da Oscip

Machado, que estava em férias na data da denúncia, não escondeu sua surpresa e preocupação com o que ouvia e recebia de documentos do advogado. 
"A denúncia revela graves riscos, perigo que as areias de fundições apresentam à saúde. O Ministério Público vai apurar o real risco do uso destas areias à qualquer fim que não seja a destinação ambientalmente adequada", diz o procurador.
Ele ainda afirma que a investigação será célere, por conta dos riscos denunciados. "Se ficar confirmado o potencial danoso, vamos tomar as providências para coibir a atividade empresarial em Araquari que usa estas areias como matéria-prima para calçadas e pavimentações, ainda que esteja licenciada com base numa legislação permissiva para além dos limites que estabelece a legislação federal".
O Instituto Viva a Cidade reafirmou ao promotor que seus profissionais estão à disposição para assessorar o MP no que for possível e necessário para ajudar a impedir que o solo de Araquari se transforme num dos mais contaminados com fenóis e metais pesados da composição das areias de fundições.
Acesse a edição 042 do JOA, na íntegra, neste link.

Esta matéria está alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Clique aqui e conheça os 17 ODS e suas 169 metas.  

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terça-feira, 17 de julho de 2018

Acabou a cultura da impunidade

O título desta matéria "Acabou a cultura da  impunidade" é a afirmação feita pela Promotora de Justiça de Joinville, Simone Cristina Schultz, na tarde de 17 de julho de 2018, no auditório do Ministério Público Federal - MPF Joinville.

 Promotora Simone Cristina Schultz entre os delegados Larry Marcelo Rosa e Tânia C. D. Harada

Liderado pelo Procurador da República do Ministério Público Federal (MPF) Flávio Pavlov da Silveira, está sendo articulada a criação de uma Força-tarefa para conter um dos mais graves e persistente crime ambiental: o aterro de mangues com entulhos de caçambeiros.
Esta prática criminosa vinha sendo denunciada pelos jornais O Vizinho, O Araquariense e O Garuvense há mais de vinte anos. Centenas de hectares de mangues foram aterrados por entulhos diversos, principalmente da construção civil e demolições. 
Felizmente, esse quadro de destruição de um dos fragmentos do mais importante bioma do Planeta, o mangue, em Joinville e região pode ter chegado ao fim.
Agora a população tem mais um importante canal de defesa do meio ambiente. Para denunciar crimes ambientais à Polícia Civil ligue 181 ou envie mensagem no whatsapp 048 988.440.011.
Esta união de forças do Ministério Públicos Estadual (MP/SC), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Civil (PC) será potencializada com a participação de outras entidades públicas como a Polícia Federal (PF), a Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina (PMA/SC) e as Secretarias de Meio Ambiente dos municípios.
Procurador da República Flavio Pavlov da Silveira entre o Secretário Executivo do Grupo Pró Babitonga (GPB) Ricardo Haponiuk e a Assessora Jurídica do MPF Rosália Bodnar

A 2a Delegacia Regional de Polícia Civil de Joinville, no Bairro Fátima, comandada pelo delegado Larry Marcelo Rosa, está sendo preparada para se dedicar com prioridade aos crimes ambientais. "Nestes últimos meses, cinco caminhões foram apreendidos e empresários presos em flagrante quando praticavam o grave crime de aterrar mangue com entulho", diz o delegado.
Segundo Rosa, estes crimes também estão ampliando os espaços de disseminação do tráfico de drogas na região.
O Instituto Viva a Cidade (IVC), por representar o segmento socioambiental no GPB, era um dos participantes desse primeiro encontro de criação da Forca-tarefa de combate ao crime de aterro de mangues com entulhos

A delegada regional Tânia Harada explica que a participação da PC nesta Força-tarefa se deve principalmente porquê estes crimes ambientais com aterros de entulhos de caçambeiros estão acontecendo em áreas dominadas por facções criminosas. "O dano causado pelo aterro de mangue é um crime que atinge todos nós e isso já justificaria a atuação da Polícia Civil. Isso se agrava por estar acontecendo aqui na região com outros tipos de criminalidades. Alguns destes crimes ambientais estão diretamente vinculados ao domínio de algumas áreas territoriais por facções criminosas".
A PC tem constatado que alguns praticantes desse crime têm outros delitos na sua carreira. "Um dos autuados já tinha cometido o furto de energia elétrica e também passagem policial por diversos outros crimes patrimoniais", diz a delegada regional.
A promotora Simone Schultz avisa que o Ministério Público de Santa Catarina também vai atuar para que os mangues, criminosamente aterrados, sejam recuperados. "Além da repressão, nosso objetivo é fazer a recuperação ambiental".
Outra grave constatação: alguns caçambeiros estão misturando aos entulhos resíduos altamente contaminantes que deveriam ser destinados à aterros controlados.
"Constatamos a inclusão de materiais tóxicos. E isso se dá pela falta de fiscalização no gerador destes resíduos. A partir de agora estamos exigindo essa separação", informa a promotora.
Ela também afirma que esta atuação do MP/SC não é pontual. "Vai ter continuidade. É uma obrigação do Ministério Público. O que é ilegal vai ser reprimido".
A formação da força tarefa conta com o apoio do Instituto Viva a Cidade (IVC) que no próximo mês, agosto, completa dez anos. Consolidado no voluntariado promovendo a educação e conscientização ambiental, a Oscip, que integra o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNAE) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem se destacado também na fiscalização e denúcias de crimes ambientais em solo catarinense. 

Esta matéria está alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, 14, 15, 16 e 17 da Organização das Nações Unidas (ONU). Clique aqui e conheça os 17 ODS e suas 169 metas.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Governo Catarinense é denunciado pela Defensoria Social e IVC

No fim do mês de julho de 2015 postei matéria neste blog com imagens e documentos que denunciam um grande e grave crime ambiental que acontece há anos na localidade de Barrancos, no município norte catarinense de Garuva.
Com o título "Barrancos, em Garuva (SC), terra-sem-lei", terminei a postagem afirmando que "Há um clima de tragédia no ar, típico de uma Terra-Sem-Lei..." e que "O MPF precisar investigar estas denúncias e ouvir os moradores daquela região vítimas dos crimes e testemunhas das negociatas".
No dia 13 de agosto, menos de 15 dias depois, em nome da Defensoria Social, protocolei na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) quatro denúncias:

1- Contra o cidadão garuvense denunciado por aqueles diversos crimes ambientais
2- Contra a prefeitura de Garuva e Celesc por apoiarem com infraestrutura
3- Contra o Governo do Estado de Santa Catarina por desaparelhamento da Polícia Militar Ambiental
4- Contra a Fatma (Fundação de Meio Ambiente) por não aceitar denúncias.
As denúncias 1 e 2 são facilmente compreendidas as razões ao se ler a postagem anterior "Barrancos, em Garuva (SC), terra-sem-lei".
A denúncia 3 se deve ao fato de, mais uma vez, nestes quase 25 anos de prática de jornalismo ambiental, confirmar que nestes últimos anos o Governo do Estado de Santa Catarina vem promovendo um desaparelhamento, que só posso qualificar de "criminoso", da Polícia Militar Ambiental (PMA).
É absurdamente inferior ao mínimo a quantidade de policiais na corporação para atender todo o estado catarinense. É vergonhoso o desaparelhamento com falta de viaturas, combustível, manutenção, armas, munições etc, na instituição.
Denúncias simplesmente não são averiguadas, como se pode comprovar na postagem anterior "Barrancos, em Garuva (SC), terra-sem-lei", por conta dessa triste e vergonhosa realidade.
E para piorar, esse desaparelhamento também se confirma na Fatma. Sim, essa entidade também passa pelas mesmas dificuldades da PMA. Com um agravante que, neste caso, só se pode concluir que há, por parte do Estado, má fé, comportamento criminoso...

Explico com este relato a denúncia 4:
Estive, no início da tarde do dia 31 de julho, na sede da Fatma (Fundação do Meio Ambiente) de Santa Catarina, em Joinville, para protocolar a denúncia do grave crime ambiental que há anos está ocorrendo na localidade de Barrancos, no município de Garuva. Lá, fui informado pelo atendente que a Fatma não aceita denúncias nos seus escritórios. Recusou-se aceitar a documentação e disse que denúncias só podem ser feitas pela internet, no sítio virtual da Fatma. 
Mediante tal negativa, de receber a denúncia e os documentos, presencialmente, a partir das 14h30 do mesmo dia tentei protocolar pela internet. Após três tentativas infrutíferas, o sistema não se completava, após preencher todos os campos do formulário virtual e anexar documentos conforme orienta o sítio virtual, então, telefonei para o 0800 que está no sítio virtual. 
Após várias tentativas de ser atendido no 0800 para buscar informações de como proceder para que minha denúncia pudesse ser feita, também desisti, pois o fone toca e cai na caixa postal que tem uma mensagem gravada avisando que “a caixa postal está cheia”... 
Como se pode, mais uma vez, conferir nesse depoimento, os catarinenses estão à mercê de um Estado excludente que não permite ao cidadão sequer fazer uma denúncia. 
Considerando que milhares de catarinenses não têm acesso à internet e ainda é alto o nível de “analfabetismo tecnológico”, entendemos que não aceitar denúncias presenciais é uma afronta ao cidadão que não tem o seu direito assegurado, o direito de denunciar. 
E o cidadão que já superou o “analfabetismo tecnológico” e que também consiga dispor de um computador e acessar a internet, o que é uma estrutura para a minoria dos catarinenses, ele também fica impedido porque o “sistema” não funciona.
 De tão grave esta quarta denúncia, que o IVC (Instituto Viva Cidade) também a protocolou no MP/SC.
A situação é vexatória demais, pois com esta prática milhares de catarinenses estão impedidos de fazer denúncias. Considere ainda que nossas matas estão polvilhadas de propriedades rurais. Assim, são estes catarinenses simples, agricultores, gente com pouco ou quase nenhum acesso à computador e internet, quem mais próximos estão do criminoso das nossas matas. E justamente esse guardião está impedido de denunciar!
Outras entidades também receberam estas denúncias com meus relatos, entre elas o Ibama, o MPF (Ministério Público Federal) e a Artigo 19, para nos ajudar a amplificar internacionalmente esse crime do Estado.


Leia mais sobre este tema neste blog:
Barrancos, em Garuva (SC), terra-sem-lei