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terça-feira, 5 de abril de 2016

Sindicato manifesta apoio ao jornalista Altamir Andrade

Estou sendo vítima, por via judicial, de mais um atentado à liberdade de imprensa. O fato está sendo levado aos órgãos nacionais e internacionais que têm como missão promover e defender os direitos à liberdade de expressão e de acesso a informação em todo o mundo.
O SJSC - Sindicato de Jornalistas de Santa Catarina publica no sítio virtual e oficial da entidade, manifestação de apoio ao jornalismo que pratico.
Segundo o presidente do SJSC, Aderbal Filho, este é um expediente usado pelas grandes corporações para tentar calar jornalistas. "Em vez de utilizar os dispositivos que asseguram o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo, empresas e políticos, especialmente, preferem o caminho do assédio judicial e da tentativa de intimidação", diz. 
Assim destacou o SJSC no sítio virtual da internet
 
Segue, na íntegra, o manifesto do SJSC:

"Mordaça judicial
Empresa denunciada por crime ambiental tenta calar jornal de Joinville
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina manifesta seu irrestrito apoio ao jornalista Altamir Andrade e ao jornal O Vizinho, de Joinville, que são alvos de ação judicial movida pela empresa HERA SUL Tratamento de Resíduos Ltda., por publicarem matéria denunciando suposta prática de crime ambiental e sonegação fiscal. O SJSC repudia a iniciativa da empresa de recorrer à Justiça para cercear a liberdade de imprensa.

Fruto da união de dois grupos empresariais, a multinacional HERA e a empresa pernambucana SERQUIP, a HERA SUL entrou na Justiça tentando censurar o jornalista Altamir Andrade e o Jornal O Vizinho pela veiculação, na edição 829 em outubro de 2015 (abaixo), de ampla reportagem sobre o aterro industrial da HERA SUL em Rio Negrinho, SC. Resultado de meses de investigação, a matéria “Empresas do Paraná desovam rejeitos em Rio Negrinho, SC”, denuncia que “falta fiscalização e sobra ilegalidade” no estado de Santa Catarina e informa que a Defensoria Social e o IVC (Instituto Viva a Cidade) protocolaram denúncias no Ministério Público (MP).

A matéria revelou um esquema “típico” de quadrilha que “supostamente” pratica crimes ambientais e de sonegação fiscal, entre outros, envolvendo empresas de Rio Negrinho, SC e Paraná. E na coluna de meio ambiente da mesma edição, o colunista comenta que “o modus operandi dos envolvidos configura estrutura de quadrilha organizada para lesar o Estado e agredir o meio ambiente catarinense” e torce para que o MP acione os respectivos poderes de polícia “numa urgente investigação para a exemplar punição dos envolvidos nos crimes confirmados”.

Numa “ação inibitória e cumulada com indenização”, a HERA SUL pede que sejam recolhidos, sob a forma de “tutela antecipada” todos os exemplares da referida edição, o que é impossível atender, pois os mesmos foram distribuídos há cinco meses. Quer, também, que seja retirada da internet a publicação do jornal, que se aplique multa de cinco mil reais/dia caso não sejam atendidas suas exigências, e ainda multa por danos morais de cem mil reais entre outras.

A justiça já se manifestou contrária ao pedido de “tutela antecipada”, considerando que a matéria jornalística se atém a narrar os fatos, com o objetivo de informar e comunicar o público. Pela análise do Juiz de Direito Fernando Seara Hickel, da 4a Vara Cível da Comarca de Joinville, “verifica-se que o conteúdo não ultrapassa os limites de apenas divulgar fato”.

O jornal O Vizinho e o jornalista Altamir Andrade estão tomando as providências judiciais cabíveis e noticiando mais esta tentativa de amordaçar a liberdade de imprensa junto aos órgãos nacionais e internacionais que têm como missão promover e defender os direitos à liberdade de expressão e de acesso à informação em todo o mund
o."

Veja a edição 829:


Outras postagens neste blog sobre o tema:
Uma arma à cabeça, um tiro. Jornalismo é profissão de risco
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IVC denuncia prefeituras de Araquari e Balneário Barra do Sul
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12/12/12, uma data enigmática
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R$ 50 milhões de indenização
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Num "puteiro" realizei a minha mais inusitada consultoria

Era uma manhã primaveril quando atendi o telefone e do outro lado um empresário me solicitou uma visita para avaliar se eu poderia ajudá-lo diante de dificuldades que seu negócio vinha enfrentando. Fiz algumas perguntas, mas ele me pediu para conversarmos pessoalmente indicando-me o endereço na zona sul de Joinville, SC. No dia seguinte eu estava à frente da porta que tinha uma discreta placa identificando "Casa de Massagens". Confesso que minha primeira reação foi acreditar que eu havia anotado errado o endereço. Mas, entrei para me informar e confirmei estar no local certo ao ser atendido por uma mulher de meia idade que antes de qualquer coisa me rastreou como os raios de um leitor de código de barras.
Identifiquei-me. Um sorriso dela, de frustração, que eu só fora saber da própria, alguns dias depois, o por quê. Disse que me aguardava e levou-me ao escritório da administração. Lá estava o empresário e, no mesmo ambiente, duas outras belas mulheres.
A primeira frase dele foi: "Andrade, tô fudido e preciso saber se podes me ajudar". Assim, sem qualquer intimidade o "tô fudido" me deixou consternado, mas respirei fundo (discretamente) olhando para as duas beldades que não demonstravam qualquer constrangimento e, já voltado para ele, pedi que me explicasse exatamente o que era o empreendimento e me relatasse as expectativas com o meu trabalho.
"Já vistes que isso aqui é um puteiro, não é mesmo?". Outro susto e ouvi risinhos das moças; mas tomado por uma "vergonha alheia" não olhei para elas, dessa vez. Dali em diante preferi ignorar a presença das duas que poucos minutos depois era só uma e, um pouco mais tarde éramos só o empresário e o consultor. Acreditem, mas isso me deixou mais a vontade e, com quase uma hora de conversa, tive certeza de poder ajudá-los.
Comecei empreendendo na minha vida como consultor empresarial. Há um quarto de século que deixei de ser "rabo de tubarão para ser cabeça de sardinha". Durante os quase dez anos que trabalhei na ex Cia Hansen Industrial, agora Tigre S.A., posso afirmar que tive uma carreira meteórica com promoções anuais e aumentos salariais presos aos planos de cargos e salários que para mim nunca eram justos considerando o quanto eu incrementava com o meu trabalho o aumento de produtividade e a melhoria da qualidade por onde passava e que resultavam em grandes economias e crescente faturamento.
Tornei-me um especialista nessas áreas (melhoria da qualidade e aumento da produtividade com base na gestão participativa) e fiz implantações pioneiras no Grupo que hoje é um dos maiores do setor no mundo. Essa trajetória pode ser confirmada no meu
sítio pessoal que mantenho na internet.
Eu estava no meu primeiro casamento e gestávamos a minha primeira filha. Decidi que era hora de ganhar o que achava justo e avisei meu superior, que era uma liderança que me ensinou muito, engenheiro Alberto Gerlloff. Conversei com ele e esperei minha "folha de pagamento". O aumento que intercedera veio, mas não no percentual que eu havia pedido. A empresa já ultrapassara, com mais essa intervenção pessoal dele, as regras do jogo do setor de recursos humanos. Demiti-me menos de dez minutos depois e fui trabalhar numa empresa concorrente que me ofereceu salário várias vezes maior; fiquei lá só apenas seis meses, pois eu começava a fazer por eles o que estava fazendo nos últimos nove anos e sabia como isso iria acabar. Decidi antecipar o futuro e demiti-me, novamente, já aproveitando para acompanhar o parto do nascimento da minha filha, que assisti de corpo presente e que depois disso fiquei em casa cuidando dela por seis meses enquanto montava a empresa: Kaizen Treinamento e Assessoria Empresarial.

Quando a criaturinha sentou-se sozinha eu já estava com a empresa montada, legalizada e pronta para o primeiro trabalho. Este, no "puteiro", não foi o primeiro. Mas, o caso mais inusitado. Hoje, só em casos especialíssimos ajudo amigos e conhecidos em seus negócios. Afinal, já estou acumulando quase trinta anos de experiência e minha veia empreendedora tem-me lançado a novos desafios, frequentemente, raramente não acertados. E isso tem feito com que alguns me peçam ajuda, de vez em quando.
A prostituição é uma das profissões mais antigas do mundo. Naquele episódio despi-me, o máximo que pude, do preconceito, e assumi a personagem do profissional que eu era na época. Anotei todas as informações que extraí do empresário. Daí pra frente tudo foi mais fácil.
Por que esse tema agora?
É que na tarde chuvosa de 25 de agosto de 2011, passei em frente ao local com um amigo (Dr.Água) e relembrei a experiência contando-a. Então, vi que essa é uma história "excitante" - confirmada pela reação dele - e por isso decidi socializá-la com meus leitores.
A casa tinha 20 mulheres. Marquei uma reunião com todas na semana seguinte indicando que elas deveriam estar vestidas como o fazem para receber os seus clientes, ou potenciais clientes.
Foi numa segunda-feira. Fim de tarde. Na maior sala da casa lá estavam elas. Pedi para que acendessem todas as luzes. Tomei um susto. Fiz uma análise do "produto" como se fosse "consumidor".
Depois desse primeiro contato visual coletivo expliquei detalhadamente o que eu faria ali e, para minha surpresa elas já sabiam e estavam animadíssimas. Todas, sem exceção, foram muito solícitas comigo durante todo o trabalho, o que me facilitou sobremaneira, apesar de algumas terem sofrido com isso. Estas, eu nunca mais as vi.
Anotei como eram os trajes de cada uma, maquiagem, sensualidade, postura, trejeitos.
Criei clima de descontracão ampliada com o fornecimento de bebida para todas, pois concordo com um sábio que disse: "A humanidade está três doses atrasada". No meio da noite todas já estavam distante desse "atraso". Foi quando comecei minha "inspeção individual" num outro ambiente, menor e ainda mais iluminado. Cada uma delas ficava em torno de cinco minutos como vieram ao mundo para algumas fotos.

O quadro que se apresentou foi desanimador.
- Dez delas nem deficiente visual se arriscaria pois o tato revelaria os excessos de pele, gordura e irregularidades de pele. Em algumas delas a "pelhanca" escondia mais da metade de onde deveriam estar os pêlos pubianos. Visualmente eram "produtos de péssima qualidade" e que dificilmente seriam consumidos. Pude confirmar isso posteriormente em anotações pouco organizadas do faturamento da casa.
- Cinco delas o "consumidor" precisaria ter bebido meia garrafa de um bom uísque para encarar.
- Três eram mulheres que homens mais exigentes dariam uma espiada mas não fariam muito esforço para conquistá-las.
-Duas, aquelas que estavam na sala do empresário quando eu cheguei, eram disputáveis.
Quando cheguei lá a casa tinha 20 mulheres e média de 15 programas por noite.
Aquela que me recebeu no primeiro dia era uma do grupo das três e pensara que eu era um "cliente" novo. Ao saber que se tratava do consultor esboçou aquele sorriso frustrado...
A primeira decisão foi reduzir o quadro. Imediatamente cinco delas foram demitidas, aquelas (dentre as dez) que raramente eram "contratadas". Com as 15 tive uma conversa sobre mudanças comportamentais, de vestuário, de linguajar etc. Acreditem, as mais feias eram as mais resistentes às mudanças. Quinze dias depois a casa tinha só dez mulheres trabalhando. Quase fui dispensado. As duas beldades eram quase exclusivas do empresário. Tive de convencê-lo de que "Onde se ganha o pão não se come a carne". Foi difícil, por uma delas ele estava apaixonado.
A casa adotou como estratégia manter aquelas cinco mais atraentes e belas sempre na recepção, com ambiente mais iluminado. As outras cinco no ambiente do bar, mais escuro. As duas "tops"eram as que menos se insinuavam e serviam de "isca" para as demais.
No fim do trabalho a casa faturava quatro vezes mais e tinha metade do quadro. A produtividade aumentou para média de quatro programas por noite por trabalhadora.
As duas beldades tinham preços quase proibitivos para os frequeses que a casa tinha. Os preços diminuíam na mesma proporção da "qualidade" do "produto". A clientela aumentou consideravelmente. Se antes as belas se perdiam no meio das feias, agora elas se destacavam e eram as imagens marcantes nos ambientes iluminados. A clientela mudou.
Encontrei alguns "figurões" lá, na última semana. Pensavam que eu era cliente, também. Agora, se algum deles ler isso, vai saber que onde eles se divertiam eu trabalhava.
As duas belas se entregaram de corpo e alma para os clientes da casa e o empresário seguiu o meu conselho. Quando o encontrei, alguns meses depois, ele estava muito bem. "Tenho uma só para mim lá na Marlene". E ele acreditava no que dizia... Mas, estava feliz e isso é o que importa, não é mesmo?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Das minhas janelas

Podemos dividir a humanidade em dois grupos, criacionistas e evolucionistas. Os primeiros acreditam que o homem é obra de um "Deus" que o fez a Sua imagem e semelhança. Os do segundo grupo, do qual faço parte, creem que somos seres em evolução há milhões de anos.
Apesar disso, gosto do livro dos cristãos. A bíblia é um livro espetacular, reconheço. Tem uma passagem no Antigo Testamento que diz: "Monte de Deus é o monte de Basã, monte elevado é o monte de Basã. Por que tendes inveja, montes elevados, do monte que Deus escolheu para morar? O Senhor vai morar nele sempre". (Sl 68, 16-17.
Moro num monte que para mim pode ser o Basã que nenhum cristão ainda pode afirmar com certeza qual é essa montanha na qual Deus quis morar.  Das janelas da minha casa tenho paisagens fantásticas.

Nesse vídeo feito no mês de abril uma amostra do que vejo da janela do meu quarto com frequência. Essa bela ave é um "Jacu", típico da Mata Altântica. Bandos deles frequentam meu quintal e árvores. Chegam a ter o tamanho de um peru.
Aqui mais um momento único. Parte do bando caminha no gramado com uma elegância e despreocupação doméstica. Ainda não tenho certeza, mas me parece que o de papo vermelho é o macho.

O amanhecer visto do meu monte é uma obra de arte dinâmica. Fiz duas outras postagens nesse blog sobre o local: http://jornalistaandrade.blogspot.com/2011/01/brincando-com-lua.html e http://jornalistaandrade.blogspot.com/2011/01/bons-lugares-para-viver.html com algumas fotos.
Me considero um privilegiado. Além dessas enormes aves uma pequena e de grande valor comercial começa a frequentar minhas janelas. Trata-se do curió.
Mas, como nem tudo é perfeito, gatos da vizinhança (pelo menos três) também têm aparecido por aqui. Por enquanto só tenho visto penas de rolinhas pelos gramados. Menos mal. Elas são tão "idiotas" quanto as gaivotas do filme Procurando Nemo. Por isso não me incomodo muito. Espero nunca encontrar penas de saíras, curiós, jacus, jacutingas, tucanos... Ai, meu Deus!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Juiz me intima e valoriza o boato ao jornalismo

Boataria que circula na cidade de Garuva resultou em matéria na edição 28 do JOG com reportagem de capa e destaque em editorial. O principal protagonista, juiz e diretor do Fórum de Garuva, reagiu da forma mais insólita. Rafael Osorio Cassiano acionou a promotoria para esclarecer boato que o envolve por ter voltado atrás na decisão que obrigava a Casan a desligar a rede da Águas do Kiriri e a ligar a da estatal.
Fui parar na delegacia e a edição 29 do JOG tem a reportagem de capa sobre o assunto.
Nela também destacamos o caso em editorial com o título Sigilo da fonte até as últimas consequências.
Transcrevo, a seguir o editorial:
"Uma das bases do jornalismo é a fonte. Tal é a sua importância como alicerce das sociedades democráticas que a Constituição Federal da República Federativa do Brasil e o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros garantem o sigilo dela. Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse. Uma das premissas do bom jornalismo é a divulgação da informação precisa e correta, dever dos meios de comunicação e que deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas.
Desde a primeira edição do JOG (Jornal O Garuvense) a produção e a divulgação da informação têm se pautado pela veracidade dos fatos e por finalidade o interesse público. Basta acessar o sítio na internet (www.ogaruvense.com.br) e conferir desde a primeira edição essas premissas.
A prática do compromisso fundamental do jornalismo com a verdade no relato dos fatos nos obriga a apurar os acontecimentos e a sua correta divulgação. Portanto, aqui no JOG, jamais nossos leitores encontrarão boatos reproduzidos.
Também é dever do jornalista opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão. Estamos convencidos de não ter sido esse o caso (opressão) do poder judiciário de Garuva como tentativa de intimidar o JOG ao intimar nosso jornalista à depoimento na delegacia de polícia. Se temos o cuidado de não sermos protagonistas da oficialização de boatos, temos o dever de informar quando uma autoridade decide relacionar-se de forma contrária. Nessa edição o boato se transforma em matéria jornalística uma vez que o judiciário tornou público o assunto e no contexto onde está inserido tem relevância.
Até a edição 28 do JOG tínhamos uma relação com o judiciário construída aos interesses da comunidade e sempre tivemos acolhida naquele poder no exercício da nossa atividade profissional. Esperamos continuar e aperfeiçoá-la ainda mais.
Oxalá a decisão do judiciário de investigar boatarias resulte no avanço, no amadurecimento de uma sociedade que tem nesse artifício uma relação corriqueira; e faremos de tudo para ajudar nessa construção. Aliás, temos feito bastante isso desmentindo algumas autoridades políticas e empresariais que fazem afirmações mentirosas publicamente. Mas, acima de tudo o JOG mantém o compromisso constitucionalmente inviolável do sigilo da fonte, matéria prima essencial do jornalismo. Se necessário for iremos às últimas conseqüências para preservá-las."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Da janela de um trem

O COL (Clube de Oratória e Liderança ) me permitu bons encontros. Um dos mais sólidos e duradouros tem sido com o empresário Mário Zendron. Ao completar em janeiro 81 anos, esse senhor que tem muito da juventude de sua idade inversa ainda presente no dia-a-dia - basta conviver com ele para admirá-lo por isso -, presenteou os convidados para a sua festa com sua biografia.

Abraçado por Ilaine Melo, o amigo Mário Zendron num jantar do COL com o presidente Roberto Neotti

Saí do Prinz com o livro "Da janela de um trem - Memórias dispersas" numa sexta-feira a noite. No domingo de manhã, viajei quase 100 Km para "tentar" lê-lo numa das praias que mais gosto, Cabeçudas, em Itajaí, SC.
"Tentar" porque biografias que não sejam de grandes escritores ou personalidades, quase sempre são muito chatas. No máximo alguns membros da família (muito poucos) se "obrigam" a ler inteiramente.
Eram 9h de uma manhã nublada num dia que seria de pouco sol - somente a partir das 13h - e, ainda assim, tirado o seu brilho de vez em quando por algumas nuvens que deixavam cair minguados pingos no corpo aquecido pelo mormaço, o que provocava um frescor despertante.
Acompanhado de vinho, água e alguns petiscos, fui me deixando levar pelas histórias que lia. Algumas já as conhecia. Outras, surpreendentes novidades como quando ele grita publicamente com o ex-governador de SC, no aeroporto, acusando-o de "não ser homem" e Esperidião Amim por pouco não o agride.
Esse é o Mário Zendron. Um homem de muitas, muitas histórias, um empreendedor, uma criatura do bem impregnada de conceitos de gerações de décadas atrás e também preconceitos, como os temos todos os seres humanos, por mais que os queiramos negar.
O vinho bom, a paisagem da praia, as mulheres lindas a desfilar e algumas, sentadas ao longe, a flertar, de vez em quando me tiravam da leitura. No meio da tarde, quando me dei conta, eu acabara de ler o livro. Fui surpreendido pelo "aprisionamento" à leitura e eu não sou parente do Mário Zendron!!! - apesar de às vezes tratá-lo como se meu pai fosse. Noutras, como irmão. Mas, quase sempre como um dos meus melhores Amigos.
Tenho outras biografias de amigos e conhecidos. Nenhuma delas consegui terminar a leitura. A maioria não me cativou para ler dez páginas. "Da janela de um trem" quase me fez esquecer onde eu estava. De tal maneira que ao terminar a leitura então retornei do imaginário da criação de imagens que o texto me remetia constantemente para me contextualizar com o que acontecia ao redor de mim. A praia estava cheia e eu ardendo. Fiquei sentado desde às 9h com meu lado esquerdo para o Leste e o sol escondido atrás das nuvens. Estas deixavam cair alguns esparsos pingos de chuva que me refrescavam do mormaço.
A leitura absorveu-me tanto que não senti o que me acontecia; e a imprudência não me deixou que me protegesse com o protetor solar. Assei-me, embolhei-me e troquei a pele dos pés às orelhas na metade (esquerda) do corpo nos dias seguintes. A leitura me fez admirar ainda mais essa criatura, esse Amigo que também está no vídeo da minha produtora produzido para comemorar os 30 anos do COL. Vale a pena ouvi-lo e ver seu depoimento no video.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Jantares e entrevistas

Fica ainda melhor trabalhar quando se pode conciliar alguns prazeres. Cozinhar é algo que gosto muito. Minha preferência é pegar triviais e dar um toque especial, como por exemplo, sobrecoxas de frango assadas ao molho de vinho branco e batatas. Na semana passada alguns convidados num destes eventos conciliatórios de trabalho com o prazer de receber e dos encontros.
Jorge Luiz Mazotto, Salette Soares, Manoel Francisco Bento e Ilaine Melo num destes encontros que terminou às 2h30 da madrugada embalados por comida saborosa, bons vinhos, ótima cachaça e melhor ainda, conversa.

Parte dessa conversa está na edição 747 do JOV que tem o encontro (no papel) de duas lideranças políticas como está descrito no editorial: "Opostos, mas muito em comum
O caldeirão em ebulição das últimas semanas está exigindo, tanto dos poderes executivo como legislativo, mudanças mais afinadas com a sociedade. Em horários diferentes, tanto o líder do governo Carlito Merss, o vereador Manoel Francisco Bento (PT) quanto o presidente da CVJ (Câmara de Vereadores de Joinville) o vereador Odir Nunes (DEM), ocuparam a mesma cadeira para atender o nosso chamamento. Apesar de militarem em partidos reconhecidamente opostos, os dois têm muitas coisas em comum como serem conterrâneos e declararem o respeito mútuo na atividade profissional e a admiração recíproca nas relações pessoais. Outro destaque de uniformidade de pensamentos é a defesa do presidente da Fundema e sua manutenção na liderança do órgão de fiscalização ambiental do município.
Posicionamento esse que também é compartilhado com o IVC (Instituto Viva o Cachoeira) e o JOV (Jornal O Vizinho) que têm acompanhado com especial atenção o trabalho da equipe da fundação.
Entre outras recentes ações, a Fundema lançou a cartilha do Plano de Educação Ambiental (PEA) através de Comunicação Social e Mobilização Pública no âmbito do Projeto Viva Cidade. Ela leva o nome "Qualidade Ambiental em Joinville: sua ação faz diferença!". São cinco mil cartilhas de 28 páginas que abordam algumas características ambientais do município, os desafios nas áreas de controle de inundações, água e esgoto, tratamento e destinação do lixo, preservação e educação ambiental e que serão distribuídas principalmente nas escolas. Mais uma excelente iniciativa que tem como objetivo criar um modelo de abordagem, disseminação das informações de educação ambiental e conscientização geral da população."
Quem também lá esteve no domingo (13/02), à tarde, quando estava a caminho da Arena (não sabia ele que assistiria uma derrota do JEC para o Metropolitano de 4X1 com gol contra, inclusive), foi Odir Nunes. Solícito, ele parou para atender o meu convite de uma conversa para o jornal e atrasou a chegada no campo. Só o liberei quanto ouvimos o foguetório na Arena e o motorista que o aguardava meteu a mão na buzina. Ficamos juntos apenas uns quinze minutos, mas não há dúvidas de que também vou convidá-lo para um papo mais longo de um jantar.
Aos dois líderes políticos meus especiais agradecimentos pelo pronto atendimento ao meu convite.
Para ler as matérias acesse a edição 747 de http://www.ovizinho.com.br/.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobrevivi a três enfartes no mesmo dia

Uma leitora do blog, que o acessa através do meu facebook, por conta do meu atropelamento e dos encontros arriscados com os búfalos, me perguntou como está meu coração. Há poucos anos descobri que ele tem um defeito, quando sobrevivi a supostos três enfartes, seguidos, no mesmo dia. Creio que essa experiência vivida por mim possa ser útil para alguns leitores.
Eu morava em apto no bairro Aventureiro. Sozinho. Naquele dia tive emoções fortes de alegria por conta de uma conquista. Eu transpirava felicidade. Dormi muito bem até a madrugada. Acordei num salto sentado e berrando de dor no peito, no coração. Fora como se alguém tivesse enfiado muito rapidamente uma faca fina no meio dele.
Como a dor foi exagerada, facilmente localizei ser no coração. "Será que tive um sintoma de enfarte sendo tão jovem - apenas 47 anos?". Não quis correr risco. Vesti-me e vim para o centro, dirigindo, e eu estava normal. Apenas a dor da pontada. Meia hora depois, ao invés de ir ao hospital decidi ficar na empresa, há menos de 500 m do Dona Helena. Liguei os computadores e comecei a trabalhar. Era em torno de 5h da madrugada. A segunda "facada", agora ainda mais dolorida porque fora exatamente no mesmo lugar. Suei frio com outro grito.
Quase não chego ao hospital
Recobrei da dor e então fui para o hospital. Tão curta a distância, preferi caminhar. Na calçada do Shopping Cidade das Flores, à rua Mário Lobo, perto do ponto de ônibus, mais uma "facada", no mesmo ponto do coração. A dor foi tão insuportável que nem grito gerou, mas uma vertigem me pôs de joelhos e encostado na parede e um desmaio de alguns poucos segundos. Esse havia sido o segundo desmaio em toda a minha vida.
Quando voltei à consciência eu deveria estar muito mal na fotografia, porque um rapaz que vinha pela mesma calçada atravessou a rua quando me viu naquele estado. Deve ter pensado que cruzaria com um drogado ou alcoolizado, foi a leitura corporal que fiz dele.
Levantei convencido de que sobrevivera a três enfartes e cheguei à emergência do hospital me arrastando de tanta dor. Fui imediatamente atendido e levado às pressas ao explicar o que acontecera, pois não havia dúvidas de que era enfarte e só um milagre ainda me mantinha vivo; talvez eu não escapasse do quarto.
Os exames dos sintomas iniciais sinalizavam ao especialista tratar-se mesmo de um raro sobrevivente. Até o fim do dia exames mais minuciosos confirmaram que meu coração estava ótimo apesar de um "defeito raro".
Defeito no coração
Na linguagem simples que o médico usou para explicar-me eu a tenho repetido aos que conto esse episódio.
Os corações têm uma abertura máxima que é determinada por um "fio" como se fosse um controlador de "fim de curso" para que ele não abra mais que o necessário. Sob determinadas situações de forte emoção o coração bombeia mais rápido e com mais força podendo sobrecarregar esse "fio". No meu caso esse "fio cursor" é menor que o normal, mas nada que possa trazer qualquer problema cardíaco.
"Provavelmente", me disse o médico, "a felicidade do dia anterior acelerou o coração além do meu normal forçando esse 'fio'. O sintoma da dor é como se tivessem enfiado uma agulha ou faca fina no peito".
Entendi, vi as radiografias e me convenci da explicação. Médicos, enfermeiros e atendentes que já sabiam de um sobrevivente à três enfartes logo começaram a ter ciência desse caso anormal e então tudo se esclarecia para surpresa de alguns.
Desde então tenho cuidado ainda mais desse órgão tão fantástico do meu corpo e tomo cuidado para não deixar que as emoções se construam com muita força porque literalmente eu grito de felicidade.
Além do que tenho, na família, um ente querido que morreu de felicidade.
Felicidade também mata
Essa história, que ele não sabia, contei ao então prefeito de Joinville, Luiz Henrique da Silveira que era muito amigo do Capitão Silvio Silva e fora um dos maiores responsáveis por esse fato. Os dois tinham um amigo em comum, o Cel. Pedro Ivo Campos. Homens políticos e defensores das mesmas ideologias, quando o Cel. Pedro Ivo elegeu-se governador de Santa Catarina convidou o cap. Silvio Silva para ser o Gerente Regional Joinville da Casan. Ele aceitou e vivia um dos momentos de maior felicidade da sua vida por conta da confiança nele depositada pelo governador e pelo amigo LHS.
No dia do meu aniversário (13/04) o cap. Silvio Silva, que jovem no exército fora membro da segurança pessoal do presidente Juscelino Kubitschek, faleceu após internamento por um enfarte alguns dias antes que o colocara na UTI. Ouvi, de murmúrio dele, que fora a alegria que o infartara e não duvido, pois era um homem comedido em tudo. Portanto, sei que a felicidade também pode matar.