Assim começam meus dias quando ensolarados
Minha relação com a natureza a considero umbilical. Vivi por alguns poucos anos no Condomínio Naturista Morro da Tartaruga, que criei com alguns amigos naturistas ao lado da Praia do Pinho em Balneário Camboriú, SC. Acreditava que dificilmente encontraria um lugar tão bom para viver. Enganei-me. Desde 2009 resido ao lado de uma área de preservação.
Além do belo espetáculo do nascer do sol, as manhãs são regidas por sinfonias que, nos meses de verão, têm predominância dos cantos das cigarras. Mas, as aves como Jacus (bandos), sabiás, saíras de sete cores, tiés, canários, tucanos entre outras espécies são abundantes.
Alguns desses emplumados entram na casa e ficam presos nos vidros. Exaustos, se deixam pegar e descansam por longos tempos até nas minhas mãos. Sem aviso, recuperados, vão embora, mas por pouco tempo. Logo voltam para o tratador que mantenho com sementes, frutas e líquidos perto de uma das janelas da casa. Deleito-me apreciando-os todos os dias.
Quase no topo de um morro e rua sem saída, o local oferece uma privacidade antagônica com a tangência do caos urbano do centro da mais industrializada cidade do Estado.
Rodeada por belíssimo jardim, a profusão de folhagens e flores pinta um quadro também contemplativo como paisagem.
Cores as mais diversas formam um mosaíco que só a natureza é capaz de tão harmônica mistura
Além da diversidade de espécies, algumas multiplicam essa variedade com as mudanças de cores e tonalidades
Na sequência, a Dama da Noite é daquelas flores exóticas, do tipo que a maioria não investiria em cuidados para vê-la apenas por uma noite. Ela floresce apenas uma única vez e durante a noite obedecendo o relógio biológico da natureza. Ao amanhecer fecha-se e em poucas horas cai. Já fiquei horas ao lado vendo-a abrir numa velocidade de câmera muito lenta até o seu clímax.
Noutro dia chuvoso, uma saíra militar brincava com seu reflexo no retrovisor do veículo.
Consideradas comuns, as rosas também perfumam o ambiente que convidam à interação mais intimista.
Esta é daquelas que pode inspirar o poeta que adormece em algumas almas. Por enquanto, talvez por minha insensibilidade, nenhuma delas despertou-me para a escrita de versos.
Quase sempre os fundos de quintais são poucos atrativos. Aqui tenho o privilégio de uma vastidão de mata com árvores frondosas e este buganville pintando o verde visto da porta dos fundos.
Ao completar um ano vivendo nesse local já podia afirmar que moro num lugar acolhedor, encantador. Na noite de 4 de janeiro 2010 fui surpreendido com um grande número de veículos estacionando em frente à minha casa. Estranhei. Logo compreendi. Um grupo com mais de uma dezena de pessoas desceu com instrumentos até à casa de meus vizinhos. Assisti, pela primeira vez, da minha varanda, um Terno de Reis que aplaudi com entusiasmo. Quando eles foram embora presentearam-me cantando em frente ao meu portão. Recebi o presente daqueles estranhos como um dos melhores da minha vida. Era o Grupo Alegria. Fotografei-os. Num descuido, perdi todas as fotos. Lamento. Lamento...
Na noite seguinte, amigos que moram em Washington, entre eles um poeta (João Luiz), ocuparam a mesma varanda. São momentos como esse que quebram o silêncio estimulante à meditações, reflexões...
Este é o meu. Quem não deseja ter seu porto seguro?
Noutro dia chuvoso, uma saíra militar brincava com seu reflexo no retrovisor do veículo.
Consideradas comuns, as rosas também perfumam o ambiente que convidam à interação mais intimista.
Esta é daquelas que pode inspirar o poeta que adormece em algumas almas. Por enquanto, talvez por minha insensibilidade, nenhuma delas despertou-me para a escrita de versos.
Quase sempre os fundos de quintais são poucos atrativos. Aqui tenho o privilégio de uma vastidão de mata com árvores frondosas e este buganville pintando o verde visto da porta dos fundos.
Ao completar um ano vivendo nesse local já podia afirmar que moro num lugar acolhedor, encantador. Na noite de 4 de janeiro 2010 fui surpreendido com um grande número de veículos estacionando em frente à minha casa. Estranhei. Logo compreendi. Um grupo com mais de uma dezena de pessoas desceu com instrumentos até à casa de meus vizinhos. Assisti, pela primeira vez, da minha varanda, um Terno de Reis que aplaudi com entusiasmo. Quando eles foram embora presentearam-me cantando em frente ao meu portão. Recebi o presente daqueles estranhos como um dos melhores da minha vida. Era o Grupo Alegria. Fotografei-os. Num descuido, perdi todas as fotos. Lamento. Lamento...
Na noite seguinte, amigos que moram em Washington, entre eles um poeta (João Luiz), ocuparam a mesma varanda. São momentos como esse que quebram o silêncio estimulante à meditações, reflexões...
Este é o meu. Quem não deseja ter seu porto seguro?
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