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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Bicicletas X Carros

Conheci Aline Cavalcante em Porto Alegre, RS. Nesta postagem fiz registros fotográficos dela, de Talita Noguchi e de outros palestrantes que, como eu, foram convidados para serem painelistas no II FMB (Fórum Mundial da Bicicleta) que aconteceu de 21 a 24 de fevereiro de 2013 na capital gaúcha. Minha participação foi com a palestra "Uma criatura menos destrutiva".
Passado o Fórum e, encantado com a apresentação de Aline e Talita, fui conhecer o projeto Las Magrelas, em São Paulo. Saí de lá ainda mais apaixonado pela iniciativa e também por Letícia Momesso, Joana Teixeira Rocha e Rafael Rodolfo Chacon.
Dois anos depois, no sábado, 20 de junho de 2015, assisti, em São Paulo, Bikes VS Cars.


Foi emocionante ver Aline Cavalcante protagozinando esta obra que deveria ser assistida por governantes e políticos deste mundo carreificado...
Uma obra imperdível para quem pedala ou defende os que se aventuram nesse mundo voltado aos Deuses de lata. Agora, mobilizar forças para trazer esse filme aos joinvilenses.

Mais sobre o tema neste blog:

O descaso público com os ciclistas joinvilenses
Agora, contra os ciclistas, mais uma sacanagem da Auto Pista Litoral
Bicicleta reúne empreendedorismos sustentáveis 

Cavalgada da deseducação
Governantes que mentem, cedo ou tarde são desmascarados
O mau exemplo de Joinville, danem-se os ciclistas
Prefeito, construa e eles virão
Nudez com sensatez
Nus em bicicletas pedalam por ruas da capital gaúcha
Bicicletada pelada
A besta fera assassina
Incentivo fiscal para bicicletas
Mais de 1600 ciclistas invadem Porto Alegre
Di, Dá Dó no Fórum Mundial da Bicicleta
Deputado catarinense Mariani quer manual para ciclistas
Vicie-se, por favor
Vereador de Curitiba, PR, defende ciclistas
Fui atropelado e posto à nocaute

segunda-feira, 18 de março de 2013

O mau exemplo de Joinville: danem-se pedestres e ciclistas

Numa sociedade onde as políticas públicas priorizam os veículos, mesmo que hajam leis determinando a preferência para pedestres e ciclistas, consolida-se uma cultura à motorização. Nela, a rua está para o carro assim como o mar está para o peixe. A bicicleta é vista como um corpo estranho.
É tão "natural" que tudo esteja para servir o automóvel que os motoristas não internalizam ou não aceitam os artigos do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) que determinam o contrário. O pior é ouvir "colegas" de profissão (jornalistas), em suas reportagens ou nos espaços de opinião, defenderem até com agressividade que vias são para os carros, exclusivamente... Absurda deformação da informação!
O mesmo CTB também determina alguns itens de segurança que são obrigatórios para as bicicletas. Da mesma forma, algumas condutas do próprio ciclista no trânsito. Poucas são respeitadas pela maioria destes também. 
Continuo defendendo o que escrevi em postagem anteriora bicicleta é a saída para a maioria dos problemas de mobilidade urbana. Mas, há muito o que fazer.
A reportagem de capa da edição 793 do JOV (Jornal O Vizinho) aborda uma legislação joinvilense que penaliza ainda mais pedestres e ciclistas permitindo que as calçadas, que são espaços públicos, sejam ocupadas com mesas e cadeiras de bares e restaurantes (entidades privadas).
Políticas públicas devem não só abandonar os privilégios aos carros, mas educar a sociedade e priorizar o ser humano - pedestres e ciclistas -, nas questões de mobilidade urbana. O mau exemplo de Joinville, infelizmente, não é exceção, é regra nas cidades brasileiras.
O desafio não é pequeno. Todavia, os movimentos sociais em defesa da bicicleta agigantam-se. E o tema ganha prioridade em nossos jornais, neste ano de 2013.
Já está comprovado que em terreno plano, como é a condição geográfica predominante em Joinville, o ciclista é três ou quatro vezes mais veloz que o pedestre, gastando ao todo cinco vezes menos calorias por quilômetro que este.
Com a bicicleta, o ser humano ultrapassa o rendimento possível de qualquer máquina e de qualquer animal evoluído.
Apesar de a bicicleta ser uma invenção da mesma geração que criou o veículo a motor, as duas invenções são símbolos de avanços feitos em direções opostas pelo homem moderno.
Enquanto a bicicleta ainda é distorcidamente vista como uma opção de deslocamento dos pobres, o automóvel é um bem de luxo. Por definição é impossível democratizar o luxo, e as sociedades que criaram políticas públicas privilegiando os carros multiplicaram as distâncias. As pessoas vivem longe de seu trabalho, da escola, do supermercado... No fim das contas, o carro desperdiça mais tempo do que economiza e cria mais distâncias do que supera. E a cidade, que por gerações inteiras foi comemorada como o melhor lugar para se viver agora é um caos onde impera a hostilidade e a desumanidade no trânsito.
Quanto mais políticas públicas incentivarem a aquisição de carros, mais eles se transformam numa opção incerta, imprevisível. Você nunca sabe quando os engarrafamentos o deixarão chegar ao seu destino ou se chegará na hora que precisa.
Para piorar, o volume de tráfego cresce a uma taxa mais rápida do que a construção de estradas ou as soluções de engenharia de trânsito.
O desafio também está em nos livrarmos da "lavagem cerebral" muito bem praticada pelos "novos sociólogos", os marketeiros. Recusar o carro é recusar um modo de vida diferente da proposta que estes profissionais nos impõem, através da mídia, de uma sociedade cada vez mais consumista do último modelo, da prática do descartável, como se os recursos do planeta fossem infinitos.
O CTB determina que, na ausência de ciclovia, ciclofaixa ou acostamento transitável a preferência é do ciclista, e que os veículos automotores devem reduzir a velocidade de forma compatível com a segurança no trânsito para ultrapassá-lo, além de guardar distância lateral de um metro e meio durante a ultrapassagem.
Mas, no dia-a-dia os ciclistas que circulam nas ruas são vistos como intrusos pela polícia, pelos motoristas e por colegas jornalistas arrogantes e desinformados. Isso precisa mudar.
O uso da bicicleta como principal veículo de mobilidade individual tem sido cada vez mais adotado por sociedades e governos comprometidos com a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente. E o planeta, saqueado, está com seu equilíbrio violentamente agredido e avisando-nos, com os cada vez mais frequentes desastres ambientais.
Para finalizar este texto, um vídeo que mostra a incrível habilidade de um ciclista entre ruínas e sucata de uma estação ferroviária.



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