Tem sido alvissareira, para ciclistas e cicloativistas, a perspectiva da gestão do prefeito Udo Döhler.
A reinauguração do Mubi (Museu da Bicicleta), e o andamento de várias obras e demarcações de ciclofaixas além do compartilhamento de algumas com calçadas para que se liguem, tem aumentado o número de usuários destas vias.
O assunto é destaque de capa da edição 792 do JOV (Jornal O Vizinho). Também o foi nesta postagem: Bicicletada Pelada, onde tornamos público que nossos jornais darão prioridade editorial ao tema neste ano de 2013.
Tudo leva a crer que o prefeito já deva ter assistido esse vídeo:
Se ainda não, aqui se apresenta a oportunidade de alguém apresentá-lo ao chefe do executivo joinvilense. Não há dúvidas de que a motorização em massa mata pessoas, e o Governo Federal, nestes últimos anos, vem adotando políticas protetivas à indústria automobilística que estão entupindo as cidades de veículos, inviabilizando-as.
Movimentos sociais começam a se formar para pressionar os governantes ao óbvio. A bicicleta é a saída para a maioria dos problemas de mobilidade urbana. Para isso, políticas públicas devem abandonar os privilégios aos carros. É o que fazem os governos mais humanos. É o que esperamos do governo Udo, em Joinville.
Aqui vai uma dica para amantes de livros e bicicletas que Joinville também pode viabilizar, a Bicicloteca.
Esteja certo, prefeito. Construa ciclovias, ciclofaixas, que muitos deixarão seus carros na garagem, para usá-los quando realmente precisarem. E muitas iniciativas empreendedoras ou sociais, como a bicicloteca, surgirão, sobre duas ou três rodas não motorizadas.
Carta do II Fórum Mundial da Bicicleta
“O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você. No fim das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!”
A Assembleia do 2° Fórum Mundial da Bicicleta, reunida no dia 24 de fevereiro de 2013, após dias de discussão e debates sobre as alterações da cidade para o uso da bicicleta e sobre o lema Pedalar para Transformar, reafirma que:
√ Somos a favor de cidades pensadas para as pessoas, onde haja a valorização dos espaços verdes e de lazer, e não a redução deles.
√ Somos a favor da ampliação dos espaços públicos, seja de lazer ou de circulação de pedestres, pois é neles que a vida da cidade acontece.
√ Somos a favor da mobilidade urbana, de transportes inteligentes e eficientes. Acreditamos que os problemas do trânsito se resolvem com investimento e valorização do transporte coletivo público e de qualidade, dos pedestres e das bicicletas, que precisam ter a preferência sobre o fluxo de automóveis particulares, desde o planejamento das vias até as leis de trânsito.
√ Somos a favor de cidades mais humanas, onde as pessoas – sejam crianças, adultos, idosos ou pessoas com deficiência – não precisem ter medo das ruas, mas sim serem parte delas e sentirem-se valorizadas, respeitadas e cuidadas.
√ Somos a favor das árvores, desde aquelas que foram herdadas há décadas e fazem parte de nossa história e do nosso cotidiano, embelezando a cidade, fornecendo sombra e oxigênio, amenizando as temperaturas e reduzindo a poluição atmosférica e sonora causada pelos automóveis, até as novas mudas que estão sendo plantadas e servirão para as futuras gerações.
√ Somos a favor do progresso, mas entendemos que obras focadas na circulação de automóveis particulares não o representam, pois são contrárias à ideia de cidades para as pessoas, queremos seguir o exemplo das cidades mais progressistas do mundo que já perceberam que o automóvel não é solução para a mobilidade urbana, e que a circulação dele deve ser restringida e desestimulada.
√ Somos a favor da permanência das comunidades em seu local original. Consideramos a remoção de comunidades para a periferia da cidade um atentado aos direitos humanos e uma inversão de valores, onde o lucro de algumas corporações se sobrepõe aos direitos fundamentais dos seres humanos, e o fluxo de automóveis vale mais do que a vida em comunidade.
√ Somos a favor da democracia direta, participativa, do diálogo e da plena transparência.
Lembrando que as cidades são construídas pelas pessoas que nelas habitam e são o reflexo de suas ações e hábitos, queremos convidar todas e todos a pedalar para transformar.
Assembleia do 2º Fórum Mundial da Bicicleta.
Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2013
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