Na postagem anterior (Nus em bicicletas pedalam por ruas e avenidas da capital gaúcha) a privilegiei com fotos e vídeos da concentração da
Primeira Pedalada Pelada de Porto Alegre, RS, que reuniu mais de 500 participantes.
Esta começa com o vídeo que
registro a largada da bicicletada a partir do Largo Zumbi dos Palmares.
Eu, particularmente, comemoro estar escrevendo mais este texto. O fiz em local aprazível, no Parque da Redenção.
Isto porque prevaleceu o bom senso dos censuradores e nenhuma postagem nas minhas redes sociais (facebook, youtube, blog) foi retirada do ar (pelo menos até agora!).
Como se confere, poucos participantes da Primeira Pedalada Pelada iniciaram completamente nus, já que essa
condição não era obrigatória.
Enquanto os portoalegrenses ainda comemoravam esse evento marcado pela liberdade de expressão, pelo direito à vida, a madrugada do domingo iniciava com mais um grave acidente que vitimou um ciclista na Avenida Paulista, em São Paulo.
Aproveito, para os que eventualmente se indignam com as fotos e vídeos desta postagem, que usem sua revolta contra os que matam, aleijam, vitimam desprotegidos ciclistas em suas próprias pistas (ciclofaixas ou ciclovias), como foi este caso paulistano.
O motorista estaria alcoolizado. Arrancara um braço do frágil ciclista e, mais à frente do local do acidente, parou o veículo, retirou o braço preso ao carro e o jogou em um córrego. Como adjetivar essa criatura? Assassino? Criminoso? Insensível? Desumano? Ou tudo isso junto e muito mais?
Voltemos ao evento da capital gaúcha.
Com o dia se despedindo para dar lugar à noite, foi crescendo o número de adesão ao principal objetivo do evento que era mostrar a fragilidade humana com seus corpos expostos ao rotineiro massacre promovido por um trânsito em cidades feitas para os automóveis e que marginaliza pedestres e ciclistas.
A reação da população surpreendeu pela receptividade, carinho, apoio. Alguns
entrevistadores se infiltraram para gravar falas de pedalantes.
A primeira parada foi um dos momentos mais emocionantes. Após a
bicicletada passar entre as vias onde concentram-se os militares no centro
cultural da capital gaúcha, bicicletas são levantadas como troféus de uma
conquista por um mundo mais humano e menos motorizado.
Durante o percurso o grupo foi ganhando confiança, pela reação positiva do
público e pelos estímulos de alguns participantes. Quanto mais o
tempo passava e mais anoitecia, mais adesão ao nu da conscientização.
Uma surpresa para os participantes. Pela primeira vez, desde o ato criminoso de 25 de fevereiro de 2011, quando um motorista invadiu uma pedalada atingindo mais de 80 bicicletas, ferindo dezenas e matando um deles, sempre estes eventos têm sido acompanhados de policiamento.
A Primeira Pedalada Pelada de Porto Alegre, RS, não teve qualquer acompanhamento policial. Se foi porque a nudez pública é considerada crime e a polícia não poderia "proteger" essa ilegalidade, não sabemos.
O que sabemos é que os gaúchos da capital já atingiram um grau de evolução, maturidade e cidadania que permitiu, sem incidentes, sem violência - muito pelo contrário -, um evento para orgulhá-los e aos demais brasileiros.
Mais sobre o tema:
Nus em bicicletas pedalam por ruas da capital gaúcha
Bicicletada pelada
A besta fera assassina
Incentivo fiscal para bicicletas
Mais de 1600 ciclistas invadem Porto Alegre
Di, Dá Dó no Fórum Mundial da Bicicleta
Deputado catarinense Mariani quer manual para ciclistas
Vicie-se, por favor
Vereador de Curitiba, PR, defende ciclistas
Pena que não fiquei sabendo com antecedência... Admiro muito o WNBR e talvez um dia eu participe. Um dia...
ResponderExcluir