domingo, 24 de fevereiro de 2013

IPI zero para bicicletas, suas partes e acessórios

Participantes do Segundo Fórum Mundial da Bicicleta, realizado no período de 21 a 24 de fevereiro de 2013, comemoram que o deputado federal Rogério Peninha Mendonça tenha, às vésperas do evento, 20, apresentado o Projeto de Lei 4997/13, que pretende fixar em 0% a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre as bicicletas, suas partes e acessórios. A proposta, elaborada desde o fim do ano passado, aguarda despacho da Mesa Diretora da Câmara para começar a tramitar.

Massa Crítica reuniu mais de 1600 participantes e foi uma das atrações do evento mundial


Veja o vídeo da concentração da Massa Crítica:

Para o autor do Projeto de Lei (PL), a justificativa se estende desde os benefícios à saúde do ciclista, até as facilidades para locomoção em grandes centros, inchados pelo excesso de automóveis. “O deslocamento moroso e estressante, ocasionado pelos congestionamentos; a poluição ao meio ambiente que os veículos automotores causam; o bom condicionamento físico que a bicicleta proporciona para quem pedala: estas são algumas das muitas razões que embasam a proposta”, explicou Peninha. 
De acordo com o deputado, a diminuição da carga tributária influenciará diretamente no preço final repassado ao consumidor. “E com o aumento das vendas, a indústria nacional acaba se fortalecendo”, complementou ele.
Acompanhe a tramitação.

Além da minha participação, o FMB, trouxe palestrantes nacionais e internacionais. Seguem imagens de palestrantes, plateias etc...
Contribuí com a oficina "Uma criatura menos destrutiva"

A psicóloga Simone Regina de Melo Russo e o biólogo Ricardo Romero,
do movimento Pedala Manaus, apresentaram a
"Quinta Coletiva - transformando pessoas em ciclistas em Manaus" 

Mario Reginaldo veio com o "Pedal Cultural, importância e experiências"
de Recife, Pernambuco

Leandro Karan, do Pedal Curticeira, de Pelotas (RS), apresentou
"Pedaladas abertas ao público - do lazer ao compromisso social".


As inovadoras Talita Noguchi e...


...Aline Cavalcanti relataram "As oportunidades de negócios geradas pelas bicicletas: 
o caso LasMagrelas e oGangorra, de São Paulo, SP


O filósofo Goura Nataraj do CicloIguaçu (PR) trouxe à reflexão 
"O urbanismo de Protágoras ou o Corpo Urbano em Deslocamento"


O painel "Pedalar para Transformar", realizado no Teatro Bruno Kiefer, também na CCMQ (Casa de Cultura Mário Quintana), reuniu quatro especialistas internacionais:
Caroline Samponaro, da Transportation Alternatives, Nova Iorque, EUA

Mona Caron, artista plástica e cicloativista de San Francisco, EUA

Dra. Amarilis Horta Tricallotis, diretora do Centro de Bicicultura de Santiago, Chile

Eduardo Cárdenas, da ONG BiciAcción, Quito/Guayaquil, Equador



Ivo Reck, do Instituto Energia Humana, Curitiba, PR, apresentou a iniciativa em
Morretes de transformar bicicletas sucateadas em geradoras de energia


O evento contou em suas atividades externas com o apoio das brigadas municipais e estadual.
Há que se destacar a solicitude dos cicloativistas que voluntariosamente chamaram para si a realização e organização do evento.
Apesar de terem sido exceções, lamentar alguns poucos participantes que reclamaram e ou postaram nas redes sociais comentários negativos quanto à organização. Ora! Trata-se de um evento consolidado no voluntariado. Criticar apenas negativamente, apontar falhas é da mediocridade humana. Assumir responsabilidades para ajudar e fazer o melhor que se pode fazer é iniciativa de poucos. À estes, a todos da organização, meus agradecimentos e parabéns, pela primorosa organização do Segundo Fórum Mundial da Bicicleta.

Leia mais sobre o tema:
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Mais de 1600 ciclistas invadem ruas de Porto Alegre

Massa Crítica do Segundo Fórum Mundial da Bicicleta, reuniu, no Largo do Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre, RS, mais de 1.600 participantes que percorreram várias ruas e avenidas da capital gaúcha em percurso de três horas no início da noite de 22 de fevereiro de 2013.
Concentração de ciclistas no Largo Zumbi dos Palmares

Um encontro emocionante e marcado pela união, bom humor, cidadania e conscientização política e ambiental. Assim senti a Massa Crítica do Segundo Fórum Mundial da Bicicleta (FMB).
O vídeo, abaixo, registra quase seis minutos de um fluxo de aproximadamente duas mil bicicletas que participaram do evento conduzidas por cicloativistas, principalmente.

Em 25 de fevereiro de 2011, no mesmo evento, um motorista invadiu a pista por onde transitava o pequeno grupo da Massa Crítica resultando em mais de uma dezena de feridos e uma morte.
O episódio ganhou repercussão mundial demonstrando a insanidade, a atitude criminosa do motorista e o desespero dos frágeis ciclistas vítimas de tão poderosa arma sobre quatro rodas.

Desde então, a Massa Crítica de Porto Alegre vem crescendo e o FMB é também um momento de reflexão daquele triste episódio histórico que muitos preferiam esquecer, mas que não o devem, para que o mesmo não se repita, jamais.
As oficinas, palestras e debates aconteceram na Casa de Cultura Mário Quintana que teve seu corredor transformado num estacionamento de bikes no período de 21 a 24 de fevereiro.
Corredor da Casa de Cultura Mário Quintana

No dia 22, o ambiente cultural teve a inauguração oficial do acesso público gratuito à internet. Para acessar é só digitar "visitante" e a senha "ccmq".
Autoridades comemoram a entrega de acesso a internet livre à populacão na CCMQ

Durante todo o FMB, esse investimento público foi exaustivamente usado pelas centenas de participantes do evento permitindo inclusive que oficineiros e palestrantes pudessem ilustrar e enriquecer suas apresentações.

Mais postagens sobre o tema: 
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Deputado Peninha, de Santa Catarina, quer IPI zero para bicicletas

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Di Dá Dó, no Fórum Mundial da Bicicleta

Já fiz um post sobre palhaços. Estes, da foto abaixo, fazem parte de um daqueles três grupos. A Bandinha Di Dá Dó é contagiante, divertida com seu clown music. Que "Quarteto Fantástico"! 



















Foi assim o encerramento do primeiro dia do Segundo Fórum Mundial da Bicicleta, em 21 de fevereiro de 2013, em Porto Alegre, RS.
Acompanhei algumas oficinas e fiz alguns registros fotográficos que ilustram essa postagem.
Gentileza ao Pedalar contou com a participação de quatro painelistas que optaram por uma "conversa" com a plateia ricamente participativa.

Henrique Weyne, Renato Pecoitz, Alex Magnum e Letícia Cecagno

O foco da discussão, a paz no trânsito. Renato Pecoitz, que pedala desde os quatro anos de idade, não tem dúvidas. "Quando o egoísmo impera, as coisas começam a dar errado". E esse é um dos mais sintomáticos problemas da "guerra" no trânsito. Cada motorista se sente dono de toda a infraestrutura viária; que ele tem todas as preferências, mesmo na irracional competição egoísta com outros motoristas. Na relação com as bicicletas, essa competição sempre deixa o frágil ciclista em desvantagem.
No fim do dia, público foi atraído pela alegria da Bandinha Di Dá Dó

Para Pecoitz, os ciclistas precisam deixar de olhar os automóveis como se eles fossem "seres vivos". "Devemos olhar nos olhos dos motoristas e menos para os carros".
Pecoitz, que tem parte da perna direita amputada por conta de um acidente com motocicleta, diz que as bicicletas estão conquistando cada vez mais espaços e os ciclistas, respeito. Ele recomendou aos presentes que os cicloativistas devem defender um "sistema cicloviário" nos seus municípios, e não apenas "algumas ciclovias ou ciclofaixas isoladas".
Tendo a bicicleta como seu veículo de locomoção com média de 28 km/dia de pedalada, Renato Pecoitz comemora que empresas já começam a construir bicicletários e banheiros com chuveiros e armários para seus empregados. Essa é uma tendência irreversível e muitos comércios, shoppings, bancos já perdem clientes por não oferecerem bicicletários em locais seguros e higiênicos.
Mezanino da Casa da Cultura Mário Quintana lotou
para o debater a falta de gentileza no trânsito

Alex Magnum é mensageiro há um ano. O bike boy surpreendeu a plateia ao afirmar que as mulheres motoristas são mais agressivas com os ciclistas no trânsito. "Elas me xingam muito mais, me encaram, me enfrentam, me hostilizam mais que os homens".
Motoristas de ônibus são mais gentis com ele que os motoboys e os taxistas. "Raramente tenho problemas com ônibus, já com taxistas motoboys é mais comum  enfrentamentos de muita agressividade".
Letícia Cecagno é uma cicloativista que organiza e participa de eventos para a conscientização da paz no trânsito. Ano passado atuou com o projeto "Bicicleta é amor". No dia 23, próximo sábado, da "Pedalada Cantante". "A gente recebe de volta o que entrega", diz, afirmando que o ciclista precisa ser mais gentil com pedestres e motoristas. É a óbvia lei da ação e reação tão desconhecida da maioria da humanidade!
Ela também chamou a atenção para outra reação em favor dos ciclistas. "Quando estamos usando equipamentos de proteção como capacetes e sinalizadores, os motoristas nos respeitam mais". O mesmo afirma Henrique Weyne, que é técnico em segurança do trabalho. Segundo ele, depois da Primeira Massa Crítica houve um crescimento muito grande de mobilizações em favor dos ciclistas que têm resultado em ambientes cada vez menos hostis às bicicletas.
A plateia foi ativa com alguns depoimentos oportunos ao evento, sendo que um dos interventores lembrou que Porto Alegre segue a regra das cidades brasileiras, "é uma cidade para os carros, portanto, para uma minoria - os que têm carro -, logo, não é uma cidade democrática".
Noutra oficina, apresentada por Renato Zerbinato, do Ciclobservatório - Observatório Nacional da Mobilidade por Bicicleta, o brasiliense disse que entre os objetivos da organização está elaborar metodologia de avaliação da qualidade da mobilidade ciclística urbana. "Queremos envolver os ciclistas no processo de avaliação e monitoramento e publicar as informações em meios eletrônicos gratuitos".
Outro objetivo destacado por Zerbinato é a criação e atualização de um banco de dados sobre as políticas públicas e sobre as estruturas cicloviárias visando contribuir para a segurança dos ciclistas e para o encorajamento de novos usuários.
Com o tema "O século XX e a Formação das (So)ci(e)dades Automotivas: fundamentos históricos das resistências ao transporte ativo", o mestre em antropologia Thomás Antonio Burneiko Meira fez uma apresentação professoral demonstrando os enormes desafios de ciclistas pedalarem em cenários concebidos para carros.
O evento, bem organizado, consolidado no voluntariado, é uma iniciativa que tende ao crescimento, pois oportuniza à sociedade e, principalmente, aos governantes, disponibilidade de grande diversidade de saberes, teóricos e práticos, em favor da bicicleta e dos seus usuários.
No dia 23, às 11h, será minha vez com a oficina "Um ser menos destrutivo".
Outras postagens sobre este tema:
Deputado catarinense quer manual para ciclistas
Vicie-se, por favor

Agora, mais algumas imagens do evento e suas atrações culturais:











sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vicie-se, por favor

Já escrevi neste blog minha defesa à descriminalização da maconha. Agora, escrevo para incentivar ao vício.
Não ao fumo, seja ele de que tipo for! Nem a qualquer bebida alcoólica. Estes, estão no conjunto do que aconselho ao consumo prazeroso...
Em outubro de 2012 postei a respeito de uma das decisões tomadas mais importantes da minha vida, a qual, provavelmente, avalizou minha participação no Segundo Fórum Mundial da Bicicleta como um dos painelistas.

Não é novidade. A prática de atividade esportiva e/ou física, qualquer que seja, melhora a autoestima, o humor, diminui a ansiedade, aparência, depressão e, em alguns praticantes, provoca um aumento do estado de euforia. É esse estado que leva alguns ao vício do exercício, da pedalada... Vicie-se, por favor! Ou pelo menos, tente.
O exercício provoca alterações cerebrais que liberam algumas substâncias como as euforizantes endorfinas e a serotonina, relacionada com a ação de bem-estar, com os processos de humor, ansiedade e sono.
Com os devidos cuidados, para não se machucar nem se exceder, esse conjunto de benefícios pode ser um dos motivadores pelo qual o exercício, a prática esportiva, se tornam tão importantes para muita gente.
A bicicleta, incorporada ao dia-a-dia como principal veículo de locomoção, aproxima o indivíduo desse conjunto que, no fim, culmina em melhoria na qualidade de vida do praticante e da comunidade onde está inserido.

Segundo dados do livro "Apocalipse motorizado - A tirania do automóvel em um planeta poluído":
√ Onde se estaciona um automóvel cabem 18 bicicletas
√ Para sair do estacionamento de um estádio, dez mil pessoas em bicicletas necessitam da terça parte do tempo que necessita o mesmo número que pega ônibus


Há quem defenda - sou um deles -, que "um país pode ser classificado como subequipado quando não pode dotar cada cidadão de uma bicicleta ou prover um câmbio de cinco marchas a qualquer um que deseje pedalar carregando outra pessoa".
Há muitas teorias sobre a transformação que sofre o homem ao por a bunda no assento embaixo de um volante num automóvel. Infelizmente, não há como negar essa transformacão, frequentemente, para pior. Constatamos essa mudança em criaturas habitualmente calmas, pacíficas. Veja como ela reage quando está ao volante, num engarrafamento!
Fica irreconhecível. Violenta, impaciente. Tranforma-se numa fera...
Protagonizei algumas destas cenas. Me envergonho de pouca coisa nessa vida. Destes momentos, de todos!
Decidi, apesar de todos os estímulos, viver sem veículos motorizados, sem automóveis, principalmente.
Ao não adquirir um para mim, estou deixando de contribuir com uma degradação ambiental espantosa.
Ainda segundo o "Apocalipse motorizado" já citado, a produção de um carro de tamanho médio, com catalisador de três vias, dirigido por 130.000 km durante dez anos, gastando em média 10 litros/100 km de combustível sem chumbo produz 60% de toda a sua poluição:
 
√ Extração de matérias-primas: 26,5 toneladas de dejetos e 922 milhões de metros cúbicos de ar poluído
√ Transporte de matérias-primas: 12 litros de petróleo bruto no oceano e 425 milhões de metros cúbicos de ar poluído
√ Produção do carro: 1,5 tonelada de dejetos e 74 milhões de metros cúbicos de ar poluído
√ Uso do carro: 18,4 quilos de dejetos abrasivos e 1,017 bilhão de metros cúbicos de ar poluído
√ Descarte do carro: 102 milhões de metros cúbicos de ar poluído


Participo do Fórum pela primeira vez, lisonjeado, como painelista, com o tema "Uma criatura menos destrutiva - Relato da experiência de vida de jornalista catarinense que já foi dependente de automóveis e chegou a ter cinco veículos motorizados em sua garagem. Desde 2007 planejou um novo modo de viver e, ao completar 50 anos, começou a colocar em prática uma existência com prioridade para a bicicleta como veículo de locomoção.
Para tanto, obrigou-se a mudar praticamente tudo em sua vida. A empresa sofreu um processo de descentralização física e administrativa e o seu viver profissional e pessoal vem num constante crescimento de qualidade de vida".


Você sabia...
Que a Constituição Federal, o Código de Trânsito Brasileiro e a Lei 12.587 - Política Nacional de Mobilidade Urbana, priorizam modos de transportes não motorizados sobre os motorizados?
O que diz o Código de Trânsito Brasileiro:
Clique aqui para acessar o Código completo
"Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa. 
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios."

Política Nacional de Mobilidade Urbana:
Clique aqui para acessar a Lei completa
Art. 23
Os entes federativos poderão utilizar, dentre outros instrumentos de gestão do sistema de transporte e da mobilidade urbana, os seguintes:
I - restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em locais e horários predeterminados;
II - estipulação de padrões de emissão de poluentes para locais e horários determinados, podendo condicionar o acesso e a circulação aos espaços urbanos sob controle;
III - aplicação de tributos sobre modos e serviços de transporte urbano pela utilização da infraestrutura urbana, visando a desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade, vinculando-se a receita à aplicação exclusiva em infraestrutura urbana destinada ao transporte público coletivo e ao transporte não motorizado e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público, na forma da lei;
IV - dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e modos de transporte não motorizados;
§ 2o - Nos Municípios sem sistema de transporte público coletivo ou individual, o Plano de Mobilidade Urbana deverá ter o foco no transporte não motorizado e no planejamento da infraestrutura urbana destinada aos deslocamentos a pé e por bicicleta, de acordo com a legislação vigente.
§ 4o - Os Municípios que não tenham elaborado o Plano de Mobilidade Urbana na data de promulgação desta Lei terão o prazo máximo de 3 (três) anos de sua vigência para elaborá-lo. Findo o prazo, ficam impedidos de receber recursos orçamentários federais destinados à mobilidade urbana até que atendam à exigência desta Lei.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Silas Malafaia X Eli Vieira

Tenho medo das igrejas, das religiões, das seitas que têm líderes que são ou que estão muito próximos de serem fundamentalistas. As maiores carnificinas da história da humanidade foram promovidas por estas. Que o diga a "Santa Inquisição".
Vou começar de traz pra frente e sugerir que você assista esse vídeo resposta do biólogo e humanista Eli Vieira ao homofóbico pastor Silas Malafaia.

Agora, sugiro que você veja, na íntegra, o vídeo 'Silas Malafaia de frente com Gabi'. Imperdível.

Eli Vieira é ex-presidente da Liga Humanista Secular do Brasil que está no facebook desde 2009 (http://www.facebook.com/bulevoador.com.br).
Em nossos jornais temos publicado matérias sobre o preconceito contra a homossexualidade. A edição 55 do JOI (Jornal O Joinvilense) de julho de 2012 tem uma destas abordagens. O JOV (Jornal O Vizinho) edição 782, o JOG (Jornal O Garuvense) edição 058 e o JOA (Jornal O Araquariense) edição 013 também destacaram o tema nas suas capas.

Dois meses antes, a comissão de juristas que discute a reforma do Código Penal no Senado aprovou a proposta que criminaliza o preconceito contra gays, transexuais e transgêneros. O texto ainda precisa ser votado pelo Congresso e a bancada evangélica vai fazer o "diabo" para não aprová-lo.
Os números são de guerra. A cada intervalo de 28 horas um homossexual é assassinado no Brasil. Numa sociedade onde prolifera a ignorância, discursos convincentes como os de Malafaia são combustível de primeira para reações homofóbicas de natureza violenta.
Se Marília Gabriela já o deixou encurralado durante a entrevista, a resposta do geneticista Eli Vieira é devastadora contra a posição preconceituosa e homofóbica do milionário pastor que foi denunciado pela Revista Forbes como um dos mais ricos do país. Na investigação o periódico norteamericano apontou os cinco ministros (pastores) mais ricos:

√ Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus ($ 950 milhões)
√ Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus ($ 200 milhões)
√ Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo ($ 150 milhões)
√ RR Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus ($ 125 milhões)
√ Casal Estevam Hernandes e Sônia, da Igreja Renascer em Cristo ($ 65 milhões).

Conhecida por listar os maiores bilionários do mundo, a revista Forbes publicou em janeiro a reportagem com os pastores mais ricos do Brasil. O texto também destacou a influência pessoal dos religiosos e o crescimento da igreja evangélica no Brasil, que da década de 70 até os dias de hoje passou de 15.4% para 22.2% da população.

A ex-desembargadora Maria Berenice Dias, Presidenta da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, gravou para rebater algumas afirmações que Silas Malafaia fez. Ela falou, especialmente, sobre questões ligadas ao PLC 122, a lei anti-homofobia que é tão rejeitada pelo pastor e pela maior parte da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional. 

Mais sobre o tema:
Fé zera dívidas e transforma dentes em ouro

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Servidor Público & Cidadão Lagunense

Estive, na noite de 25 de janeiro de 2013, no histórico município de Laguna, SC. Convidado, e patrocinado que fui, pela vice-prefeita Ivete Scopel Cadorin (PSD), realizei uma palestra para quase uma centena de servidores públicos municipais, no salão de eventos do Hotel Flipper, no centro daquela bela cidade.
Tratava-se do primeiro encontro entre servidores desta nova gestão vitoriosa nas eleições de 2012 e que assumira o comando do executivo no dia primeiro de janeiro.
Em primeiro plano, de amarelo, a vice-prefeita Ivete Scopel Cadorin atenta ao solilóquio

Tive a oportunidade de passear, no início da tarde, por parte da Prefeitura do Município, terra da "heroína de dois mundos", Anita Garibaldi, e conversar com alguns servidores e servidoras.
Antes disso, no almoço com a vice-prefeita e o seu marido, ex-prefeito Adílcio Cadorin, no Laguna Tourist Hotel, tive encontro com mais de uma dezena de prefeitos da Amurel (Associação dos Municípios da Região de Laguna), que naquela manhã elegeram o prefeito lagunense, Everaldo dos Santos (PMDB), presidente da entidade.
No fim da tarde, ultimei a palestra e, às 20h30, iniciei-a, num evento que durou 60 minutos, com o tema: "Os Desafios da Comunicação na Relação Servidores Públicos & Cidadão".
Durantes os 60 minutos de palestra amparei-me em 15 slides para ilustrar o tema

Na avaliação da vice-prefeita lagunense, a palestra atingiu as expectativas. "Foi com imensa satisfação que assistimos sua palestra realizada para os funcionários da Prefeitura de Laguna na sexta feira passada. Devo registrar que, como resultado prático, V. Sa. muito contribuiu para a elevação da auto-estima dos servidores municipais de Laguna e dos serviços que prestam à população. O investimento que fizemos para tê-lo como palestrante tornou-se insignificante diante do alto nível de aproveitamento que nossa equipe passará a ofertar como contrapartida dos impostos que nossos munícipes pagam. Brevemente pretendemos convidá-lo para outros eventos, desta vez com servidores de áreas específicas, como saúde, educação e outros. Muito obrigado!"
Pude contar também com outro depoimento, da Secretária Municipal de Assistência Social. Segundo karmensita A. da Rocha Cardoso a palestra foi oportuna. "Muitas vezes em inúmeros momentos do dia ou da semana, nós, enquanto servidores públicos, nos perguntamos: Será que fizemos a nossa parte, se fomos suficientemente eficientes nas resoluções dos problemas, se encaminhamos para os lugares mais adequados, se atendemos da forma mais correta? Ainda na qualidade de funcionária pública estadual, e neste momento afastada por assumir tão respeitável posto de Secretária Municipal de Assistência Social, diante da palestra "Os desafios da Comunicação na Relação Servidor Público e Cidadão", respondi algumas das perguntas. Reportei-me aos bancos escolares quando fazia o curso de Magistério, onde meus professores nos ensinaram como devíamos nos comportar, vestir, falar e escrever. Logo, logo, colocava em prática tudo o que aprendera e vejo que os profissionais que se formaram naquele momento tiveram uma postura diferenciada e que realmente colocaram em prática no seu cotidiano transmitindo também a seus alunos dali por diante. A palestra foi muito importante também, pois, naquele momento percebi muitos profissionais em início de carreira que estão ansiosos por aprender e não tiveram oportunidade ainda de vivenciar cursos de formação ou qualquer outro evento que não fosse suas próprias leituras solitárias. Espero poder oportunizar e contar com o apoio de profissionais notáveis como você, que dedicam parte de suas vidas a estudar e repassar este conhecimento adquirido. Obrigada!!!!".
Eu agradeço. A confiança do prefeito Everaldo dos Santos, por me permitir realizar esse trabalho com sua equipe. O entusiasmo da vice-prefeita Ivete Scopel Cadorin, em me incentivar a estimular os servidores a darem o melhor de si nesse importante ofício. Ao Lucas Cadorin, que desde minha chegada a Laguna foi meu cicerone, ofertando-me toda a infraestrutura que requisitei para que eu pudesse fazer o melhor daquilo que mais gosto de fazer, socializar conhecimento. Além disso, Lucas foi o fotógrafo do evento e ainda concedeu-me as fotos desta postagem.
A primeira vez que realizei uma palestra com esse tema foi a convite da SDR Joinville, em 2009. Eram centenas de servidores públicos numa solenidade de homenagens e premiações em comemoração ao seu dia. Desde então, sinto-me cada vez mais honrado quando recebo convites como estes.

Ainda na visita, Lucas Cadorin levou-me à Flama (Fundação Lagunense do Meio Ambiente). Recebido pela sua presidenta, Amenar de Oliveira, conversamos sobre o tamanho do desafio que este setor tem no executivo municipal. Convidei-a e ela também esteve à palestra enviando-me essas impressões: "Sempre trabalhei no serviço público, desde os 18 anos de idade, quando prestei meu primeiro concurso. Convivi com diversos tipos de pessoas, com as mais diversas personalidades. As que mais me intimidavam eram as 'muito boazinhas'; muito prestativas; muito solícitas; as que não questionavam nada, nem ninguém. Enfim, as pessoas com personalidade, a meu ver, dúbia. Mas, tanto as coisas boas quanto as ruins fazem parte do nosso cotidiano, tanto na vida doméstica, social e, principalmente, no trabalho que, como você colocou na palestra 'é ali que passamos a maior parte do nosso tempo, da nossa vida, e onde estão as pessoas com as quais mais convivemos'.
Então, acredito que para estarmos bem fora do ambiente de trabalho precisamos, também, estar bem no nosso relacionamento com todos, dentro de qualquer escala hierarquica, lá dentro.
A palestra foi muito útil na nossa conscientização como servidores, como administradores e como colegas. Nos conduziu a pensarmos melhor na questão de relacionamento de trabalho, mas principalmente, na nossa atitude, na nossa conduta, enquanto servidores públicos que somos. É isso que devemos ter sempre em mente ao tratarmos com qualquer pessoa da comunidade, quando do atendimento, na repartição, ou abordados na rua. Seja pobre, seja rica, branca ou negra, gorda ou magra..., nada disso deve importar, mas apenas a consciência de que somos todos cidadãos, iguais nos direitos e deveres, apenas desempenhando diferentes papéis na sociedade, todos de iguais importância na contribuição para a modificação do meio em que vivemos. E o nosso meio é a nossa cidade, a nossa Laguna. Que a lealdade e a simplicidade, também irá proporcionar uma maior interação entre os novos colegas.
O tema foi bem pertinente e muito bem apresentado. Tenho a certeza que levou todos os participantes a uma reflexão quanto à questão servidor público x público, além da conscientização do bom relacionamento entre os trabalhadores, para o crescimento da empresa e dos que nela trabalham. Se a empresa vai bem, todos crescerão junto com ela.
"

Um destaque especial preciso fazer aos servidores lagunenses que estiveram na palestra e que foram muito generosos comigo, ouvindo-me atentamente. Alguns, ao fim do evento, vieram conversar e agradecer-me.
Repito. Sou eu quem agradeço. Obrigado.

Outras postagens neste blog com temas de palestras, cursos e matérias correlacionadas:


O maior medo do mundo tem cura

A importância da leitura na ascensão profissional
Oradores têm melhores cargos e salários
Melhor oradora e maior evolução
Leitura em plataforma revolucionária
Ascensão profissional através da leitura
Leitura e ascensão profissional
Oratória para candidatos
Golpistas são excelentes oradores
Escolas de jornalismo não ensinam oratória
Como explicar isso? Comunicação é coisa difícil!
Analfabetismo político, um dos piores males
O domador de palavras
Clube de Oratória e Liderança

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Corrupção, um mal que aleija consciências

Impunidade estimula à corrupção

Primeiro dia do ano 2013. Ultrapassagem pelo acostamento, estacionamento em vaga para deficiente. Lei de Gerson, impunidade, jeitinho brasileiro, corrupção. Está na hora de se dar um basta nisso!

Um dos maiores expoentes do país no combate à corrupção, o promotor Affonso Ghizzo Neto, diz que este é um "mal cultural" do Brasil. Autor do livro “Corrupção, Estado Democrático de Direito e Educação”, ele analisa o papel da sociedade brasileira em relação ao tema desde a colonização e faz ponderações reveladoras. Recomendo a leitura.

O joinvilense Affonso Ghizzo Neto é considerado um dos promotores públicos
 mais combativos quando o tema é corrupção e idealizador do projeto 
“O que você tem a ver com a corrupção?”, criado em 2004

A leitura da obra do promotor ganha uma dimensão antropológica quando também se lê o livro "1808", de Laurentino Gomes ou ainda "Chateau, o Rei do Brasil", de Fernando Morais.
Desde o fim do ano passado, este servidor público, que orgulha uma classe quase sempre marginalizada, também lidera, através das redes sociais, a campanha nacional “Brasil contra a impunidade”.
Lançada em dezembro, pelas associações nacionais representativas dos membros do Ministério Público Brasileiro com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a gravidade da temerária Proposta de Emenda à Constituição nº 37/2011, também chamada de "PEC da Impunidade", a proposição confere poderes investigativos exclusivos às polícias Civil e Federal na seara criminal, inviabilizando a atuação de outros órgãos do Estado.
Por ação dos MPs (Ministérios Públicos), crimes graves como grandes casos de corrupção, lavagem de dinheiro, abuso de poder e o crime organizado, foram investigados e levados à Justiça. Justamente por serem autônomos e independentes, não subordinados a nenhum dos Três Poderes, os MPs são mais qualificados para investigar crimes praticados dentro do próprio Estado.
Nossa empresa abraçou essa campanha e nossos jornais já iniciaram, em dezembro passado, uma série de reportagens que pretendem denunciar e conscientizar contra esse mal que provoca danos incalculáveis à sociedade.
As edições 790 do JOV (Jornal O Vizinho) e 060 do JOI (Jornal O Joinvilense) trazem o assunto com destaque de capa para essa nossa decisão editorial.
A primeira foto acima, feita por um amigo, no primeiro dia deste ano, mostra o cuidado que teve um empreendimento às margens da BR 101, em Barra Velha, SC, em reservar vagas para deficientes físicos.
Leitor de nossos jornais e postagens deste blog, esse amigo me enviou aquela foto e esta, deste bloco, com esse texto: 

"No dia 01-01-2013, em torno das 17h, na BR 101, sentido Balneário Camboriú - Joinville, o "espertalhão", que aparece na foto parece estar atrasado para a posse do Prefeito Udo Dohler.
Esse indivíduo aí circulava pelo acostamento. Será que ele conhece a Legislação de Trânsito? Ou será que pensou ser Polícia Rodoviária ou Corpo de Bombeiros em serviço para atender emergência? Se não bastasse a irresponsabilidade na estrada, o cidadão estacionou seu veículo em vaga para pessoas especiais, sendo que havia fila à espera de uma vaga, onde um carro saía outro ocupava obedecendo a ordem de chegada de cada carro, mas o "apressadinho", em companhia de seu motorista, foi logo colocando o seu em vaga indevida. Um péssimo exemplo, sendo ele um colaborador do Prefeito Udo Dohler!!"

Como se pode ver o proprietário do Volvo ainda protagonizou um bate-boca com o meu amigo que havia pedido para o motorista do veículo retirá-lo do local, mas não foi atendido. Indignado, fotografou e enviou-me para compor nossa campanha contra a corrupção e a impunidade.
Não sei quem é o cidadão, mas tudo indica ser um "cabo eleitoral" do prefeito Udo Döhler, de Joinville.
Imagino a raiva dos milhares de motoristas que ficaram até dez horas no trânsito da BR 101 nesse dia e que foram ultrapassados por esse veículo, no acostamento. Imagino, também, quantos eleitores podem ter se arrependido ao ver aquela plotagem do candidato e concluído que pudesse ser ele próprio cometendo aquela infração...
O cidadão honesto, ético, nesse país de espertos é palhaço. Precisamos inverter esses valores deformados por corruptos e irresponsáveis.
Se vimos, no ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar e condenar políticos e governantes, num acontecimento histórico do Brasil, vemos 2013 iniciar com um dos condenados (expoente liderança do PT, José Genoíno) assumindo vaga na Câmara dos Deputados...
São poucas as coisas que me fazem sentir vergonha de ser brasileiro. Estas são algumas delas.
Convido-o a saber mais sobre a campanha contra a PEC da impunidade neste link e a se unir contra esse atentado à democracia.