quarta-feira, 27 de abril de 2011

Reação de gigante poluidor contra jornalista joinvilense

A maior fundição da América Latina decide reagir às reportagens feitas no JOV (Jornal O Vizinho). Na Semana Santa, a gigante industrial publicou nota paga em outros jornais tentando desqualificar as denúncias feitas nas reportagens publicadas nas edições 748 e 750.
Na edição 748, comemorativa aos 160 anos de Joinville, publicamos entrevista exclusiva com o Secretário Geral da Defensoria Social, jornalista Leonardo Aguiar Morelli. A matéria denuncia a inadequada reciclagem das areias de fundição da Tupy na produção de tijolos que pavimentam a calçada que contorna o 62 BI (Batalhão de Infantaria) no bairro Atiradores. Morelli afirma que o material é contaminante de graves conseqüências à saúde humana por conter elemento cancerígeno que se desprende com o aumento da temperatura e também pela dissolução nas águas das chuvas ao longo dos anos. Classifica a ação da empresa e da prefeitura como prática de crime ambiental e diz que pode ser pedida a prisão do prefeito Carlito Merss.
Na edição 750, outra entrevista, com o bispo diocesano de Joinville, Dom Irineu Roque Scherer, líder na região de Joinville da Campanha da Fraternidade da CNBB, que nesse ano tem como tema “Fraternidade e Vida no Planeta”. Nessa reportagem, o bispo comenta a denúncia da Defensoria Social e diz que é um caso complexo, mas que a igreja também tem essa função, de debater o tema e contar com o apoio de especialistas no assunto.
Nessa mesma edição o JOV ocupa o espaço editorial para opinar sobre a gravidade da denúncia e se posiciona, como faz há mais de quinze anos, em favor do meio ambiente e contra “qualquer possibilidade da prática de crime ambiental”.
Na edição (751), que também é comemorativa aos 20 anos do JOV, o assunto é destaque de capa e ocupa o miolo, as páginas centrais da edição com publicação, na íntegra, de nota enviada pela Tupy Fundições S.A. e resposta do secretário geral da Defensoria Social às acusações da indústria.
Na edição do dia 20 de abril de 2011, no Jornal A Notícia, na página 11, a Tupy personifica as reportagens feitas no JOV para o editor do veículo numa tentativa manipulatória de opinião pública para enfraquecer as denúncias. O tiro saiu pela culatra. Na Câmara de Vereadores de Joinville, no próximo dia 11 de maio, o assunto será amplamente debatido em desafio de acareação e já ganha repercussão nacional e internacional.
Estarei lá acompanhando cada fala, cada movimento, cumprindo minha missão socioambiental.

3 comentários:

  1. Pois então... mexeu no caldeirão? É assim que se faz, não tem mágica não. O negocio é pressão e agenda....
    Parabens!
    Lili Zacharia

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  2. Altamir:
    É certo que a Tupy poluiu e polui bastante, mas quanto a esta questão da calçada do 62 BI tenho a dizer o seguinte: Tenho mais de 30 anos de atuação no ramo da fundição, e nunca ouvi tanta besteira sobre um tema tão importante. Sempre se procurou uma alternativa para as areias de fundição e quando se encontra uma utilização comprovada cientificamente segura, pessoas sem o mínimo conhecimento técnico e com outros interesses, vêm difamar estudos profundos sobre esta questão. Às pessoas que ficam colocando minhocas nas cabeças da população, recomendo se informarem sobre a utilização deste tipo de material em países muito mais severos ambientalmente que o nosso, como é o caso os USA, UK, Alemanha e outros. Parabéns aos idealizadores do projeto da calçada do 62 BI.
    Edomar Manske.

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    1. Se precisa de uma solução segura para a destinação, é porque o produto é realmente tóxico. Sem laudo confirmando, inclusive com a análise sobre o Fenol, prefiro acreditar que o produto não é seguro. Façamos o seguinte então, vamos doar esses tijolos para usar nas calçadas das casas e propriedades de nossos vereadores, prefeitos, e todos os defensores dos tijolos. Acho que seria um modo perfeito de demonstrar a confiança dos mesmos no produto. Prefeitura e câmara de vereadores deveriam usar exclusivamente esses tijolos em suas obras para uso dos nossos políticos. Podemos começar uma campanha para isso acontecer? Sugiro o site Avaaz.org para a coleta online de assinaturas para este projeto.

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