terça-feira, 6 de março de 2018

Ipê Produções conquista prêmio da Ancine para produção de longa-metragem

Acendam-se as luzes e, sob aviso de "liguem seus celulares e fumem se precisarem, pois o tempo é de muito trabalho", foi dada a largada para a produção do roteiro do primeiro longa-metragem da Ipê Produções.
Conquista foi tema de reportagem em jornal:

"Palavra Presa" conquistou edital da Ancine que teve recorde de inscritos na disputa. Foram 1109 propostas avaliadas por pareceristas da ANCINE na primeira fase de seleção

 A Agência Nacional do Cinema – ANCINE e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE anunciaram no dia 5 de março deste 2018, o resultado final da Chamada Pública PRODAV 05/2016 (Desenvolvimento de Projetos)

Concluída a etapa classificatória, 203 propostas foram enviadas para a análise da Comissão de Seleção, que elegeu os 81 contemplados anunciados. Entre eles o projeto "Palavra Presa", do núcleo de produção cinematográfica do Bureau de Comunicação e Eventos, Ipê Produções.
O projeto, liderado pela sócia da empresa, Ilaine Melo, é um dos apresentados por produtoras independentes originárias de 17 estados de todas as regiões do País.
Segundo a Ancine, foram contemplados os projetos que demonstraram melhor potencial de desenvolvimento, permitindo vislumbrar retornos artísticos ou comerciais capazes de contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento do audiovisual brasileiro.
A escolha também levou em conta a busca por projetos de diversos gêneros e perfis de público, e a composição de uma carteira de projetos que refletisse ainda a diversidade de perfis de realizadores, temáticas e estéticas.
Ipê Produções conquista recursos para desenvolver o roteiro do longa-metragem

Os R$ 10 milhões, em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, serão investidos no desenvolvimento de 40 projetos de longa-metragem (30 de filmes de ficção, 2 filmes de animação e 8 documentários) e de 41 projetos para TV (22 séries de ficção, 17 de animação, e 2 séries documentais).
"Também foram respeitados os indutores regionais definidos no regulamento da Chamada Pública, que previam 30% dos recursos para projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 10% dos recursos para propostas da região Sul e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo", informa a Ancine.
Comissão de Seleção
A Comissão de Seleção contou com a participação de três profissionais independentes – Daniela Busoli, executiva, sócia da Formata Produções e Conteúdo; Marcus Ligocki Jr., diretor, produtor e roteirista; e Paulo Halm, diretor e roteirista – e de duas servidoras da ANCINE.
Trata-se de proposta de longa-metragem documental que pretende abordar o Projeto de Leitura e Remição de Pena no complexo prisional de Joinville / SC, programa onde os apenados têm acesso a obras literárias e, por via deste projeto, podem chegar a ter até 48 dias reduzidos de suas penas anualmente.
A proposta é abordar o impacto que as leituras provocaram nestes indivíduos.
Segundo os avaliadores, o "projeto traz, dessa forma, um tema claro e abrangente, questionando o quanto realmente se pode mudar o mundo através da arte. A definição de público-alvo é aderente ao projeto proposto, que propõe a realização de vídeo promo com material resultante da pesquisa, a fim de divulgar o projeto".
Com nota final 4,10 (máximo é 5), a proposta, segundo a comissão de avaliação, apresenta um objeto claro, relevante, mostrando boa pesquisa sobre o tema. "A abordagem é clara, apontando os distintos personagens que se pretende entrevistar, bem como o que se pretende abordar com cada grupo de entrevistados".
O projeto propõe abordar dois complexos situados na mesma região e que possuem condições bastante diferentes: a Penitenciária Industrial e o Presídio Regional de Joinville, retratando o cotidiano de detentos de ambos os complexos e que trarão inexoravelmente consigo as condições de vida que lhe foram impostas.
"As referências são consistentes, esclarecendo sobre o tipo de documentário que se pretende desenvolver", finalizam os avaliadores.

Equipe Técnica (i4) do Palavra Presa
Pesquisa: Ilaine Melo
Roteiro: Ilaine Melo e Ivi Roberg
Produção: Ipê Produções
Produção Executiva: Ivan Melo

Ivi Roberg
Ivi Roberg estudou cinema na FAAP e Mídia Audiovisual na Universidade da Artes e Design de Offenbach, na Alemanha e na Facultat de Belles Arts, em Barcelona.
Dirigiu mais de 20 curtas-metragens, vários clipes, projetos documentais e instalações de vídeos.
Filmou no Brasil, Alemanha, Tunísia, França, Cazaquistão, Espanha, Rússia, Japão e Estados Unidos.
Participou de diversos festivais e exposições, ganhando entre outros, duas vezes o Prêmio de Cinema de Hessen.
Também foi premiada no festival de vídeo arte Bonnet D’Or, no festival francês Bandits-Mages, no festival de vídeo Arte Visionale, em Frankfurt.
Participou da Bienal Internacional de Artes de Bourges, na França.

Ivan Melo
Ivan Melo tem mais de 20 anos de experiência no mercado nacional e internacional de cinema. Trabalhou como produtor executivo da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e como Diretor Artístico do Festival de Paulínia.
Foi ainda Diretor de Projetos do Polo Cinemátográfico de Paulínia onde esteve envolvido na realização de 40 longas-metragens Brasileiros.
Trabalhou nas distribuidoras independentes, Cult Filmes – uma parceria entre as distribuidoras Imovision, Pandora e Filmes da Mostra – especializada no mercado de vídeo doméstico. E como executivo da empresa Mais Filmes, especializada na distribuição para o mercado de Cinema e Televisão.
Participou da comissão de seleção de alguns dos mais importantes editais do País, como o PETROBRAS CULTURAL, BNDES CULTURA, SPCINE, PROAC entre outros.
Atualmente é sócio de Anna Muylart na empresa África Filmes.
Está associado também à empresa capixaba UACARI FILMES de Ivi Roberg e Juliano R. Salgado (O Sal da Terra) com os quais desenvolve dois longas-metragens, a ficção Vitória, e o documentário AMAZÔNIA.
Produtor Internacional do filme “Corpo Elétrico” de Marcelo Caetano – 2017.
 Ilaine Melo

Ilaine Melo é formada em História com especialização em Antropologia.

Desenvolve desde 1992 pesquisas de História Oral com comunidades pesqueiras e rurais de Santa Catarina.
Dramaturga e diretora de teatro, criou, dirigiu e atuou em vários espetáculos teatrais com diferentes grupos de Santa Catarina.
Responsável pelas dramaturgias do Grupo Unicórnio dos espetáculos: “Paititi”, “O Casamento da Princesa Juliete”, “Eredegalda” e “Histórias na Mata”.
Com o Grupo Unicórnio – de Joinville - foi Vencedora do Prêmio Myrian Muniz com a dramaturgia “História da Minha Gente” em 2007 e Elizabete Anderle em 2012 com o espetáculo “O Sótão”.
Estuda cinema desde 2010 desenvolvendo cursos com Di Moretti, Eliane Café, Alexadre Stokler e Cristiano Burlan




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A Ipê Produções é um núcleo profissional focado na produção de projetos culturais e artísticos da empresa Bureau de Comunicação e Eventos Ltda, que é um bureau de negócios nas áreas de comunicação e eventos com foco na cultura e meio ambiente. Assim, especializou-se na concepção de projetos diversos para serem viabilizados com captação de recursos públicos e privados.

No mercado desde 5 de janeiro de 1987, atende empresas e instituições as mais diversas, principalmente na região de Joinville, Santa Catarina, Brasil.
Durante sua existência, tem produzido ações e projetos locais de repercussão nacional e internacional.
√ Se a população brasileira de baixa renda hoje pode adquirir os lotes populares, essa conquista teve início em evento da empresa, em parceria com a Associação de Preservação e Equilíbrio do Meio Ambiente (Aprema-SC). Em 1989 era organizada e realizada a primeira discussão oficial no Seminário de Uso e Parcelamento do Solo Urbano, em Joinville.

√ Em outubro de 1992 realizou uma co-produção de show do humorista Costinha em Joinville.

√ Um dos maiores patrimônios culturais de Santa Catarina, a Festa das Flores, passou por momento de quase extinção. A idealização e produção de um evento paralelo, a Prolar, aumentou em cinco vezes o público visitante, rompendo a barreira dos 100 mil, em 1996, revigorando a tradicional festa e saneando-a, financeiramente, pois 100% da arrecadação da bilheteria, durante os oito anos da Prolar, foram exclusivamente para o caixa da Festa das Flores.

√ Em 2007, via edital público conquistado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, o projeto Histórias de Nossa Gente, patrocinado pelo Governo Federal através do Ministério da Cultura, resultou numa pesquisa de campo para o resgate de parte do patrimônio imaterial em cinco comunidades rurais e de pescadores de Joinville e região. Uma dramaturgia foi produzida com esta pesquisa.

√ Em 2009, patrocinada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, através da Fundação Catarinense de Cultura via edital Elisabete Anderle, a empresa produziu o espetáculo de teatro Sótão, que reuniu atores premiados e consagrados do meio artístico/cultural. Em 2010 e 2011 o espetáculo Sótão circulou em parceria com o SESC/SC.

√ Em 2009, patrocinado com recursos privados, a Ipê Produções, produziu os documentários COL Joinville 30 anos  e Clube de Oratória e Liderança 30 anos.
√ Em março de 2012 finalizou a produção do documentário O rio que teima pela vida, obra financiada com recursos públicos do Convênio de Cooperação Ambiental do FMMA (Fundo Municipal de Meio Ambiente) da Fundema (Fundação de Meio Ambiente de Joinville).

√ Em julho de 2013 finalizou a produção do documentário Se ligue no esgoto, obra financiada pela empresa de economia mista Companhia Águas de Joinville, através da conquista de edital público.

√ Em junho de 2015 finalizou a produção do documentário O Marinheiro do Rio Cachoeira, obra também financiada pela empresa de economia mista Companhia Águas de Joinville, através da conquista de edital público.

Atualmente, a sede da Ipê Produções é à Rua Xavantes, 476, Bairro Atiradores, Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, CEP 89203-210 Joinville, SC, Brasil. Fone 47 34339121 e 999.846.244.


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segunda-feira, 5 de março de 2018

BRF precisa se explicar pelo sumiço de enorme passivo ambiental em SC

Na edição 838 de fevereiro/março deste ano, do Jornal O Vizinho (JOV), um dos destaques de capa é uma pequena matéria: "Mais um enorme passivo ambiental em solo catarinense". 
Durante a produção jornalística, pode-se confirmar que o problema soma um complexo histórico de crimes que resulta num passivo ambiental em solo catarinense, no município de Rio das Antas, SC, distante 391 km da capital, Florianópolis. Isto motivou-me ao aprofundamento da investigação.
Em reportagem para a disputa do Prêmio Expressão de Ecologia 2016/20117,  a BRF se identifica como "uma das maiores companhias de alimentos do planeta, criada a partir da associação entre a Sadia e a Perdigão, duas gigantes do mercado alimentício, em 2009. Líder global na exportação de proteína animal, os alimentos produzidos pela BRF chegam a mais de 150 países nos cinco continentes. A companhia contava, em 2017, com mais de 105 mil funcionários em 35 unidades industriais no Brasil, 19 fábricas no exterior (dez na Argentina, uma no Reino Unido, uma na Holanda, cinco na Tailândia, uma nos Emirados Árabes Unidos e uma na Malásia), além de 40 centros de distribuição. A BRF é uma empresa comprometida com o meio ambiente a atua de forma proativa para minimizar o impacto ambiental de suas atividades. Todas as unidades da companhia dispõem de profissionais dedicados às questões ambientais e de eficiência energética."
Na mesma matéria a BRF se diz "Desconfortável com a destinação dos resíduos orgânicos em geral atrelados ao grande volume e alto custo para disposição em aterro sanitário industrial, a BRF Videira procurou uma empresa parceira para destinar de forma mais nobre seus resíduos industriais orgânicos, com o objetivo de reciclar os nutrientes que os resíduos podem oferecer. A solução encontrada foi o tratamento dos resíduos orgânicos através do processo de compostagem, oportunizando a utilização do composto final como fertilizante, que otimiza a fertilidade do solo e proporciona aumento da produção agrícola com menor custo, sem nenhum impacto ambiental. Tendo em vista que no estado de Santa Catarina não havia nenhuma empresa especializada para atender a tal demanda, a BRF Videira firmou parceria com o Grupo Megabox, empresa especializada em tratamento de resíduos, para elaborar um projeto de compostagem destinado a resíduos orgânicos industriais. Localizada a 20 quilômetros da sede da empresa, a Megabox já atendia à BRF fazendo o transporte dos resíduos industriais da unidade para o aterro industrial. A BRF se comprometeu em destinar todos os seus resíduos à nova unidade de compostagem da Megabox e foi firmado um contrato, renovado com ajustes anualmente. Através da parceria implementada, o Grupo Megabox ficou encarregado da operacionalização do projeto e teve investimento total de R$ 4 milhões, mas toda a parte técnica foi elaborada pelos profissionais de meio ambiente e de diversas áreas da BRF".
O incauto leitor ao conferir toda a reportagem da Revista Expressão não pode imaginar que entre o discurso ali discorrido, para a disputa do mais importante prêmio ambiental do sul do País, e a prática, pode haver uma grande distância. 
Em Rio das Antas, acumulam-se milhares de toneladas de passivo ambiental, da BRF S.A. Incubatório Rio das Pedras, Incubatório Santa Gema, Abate de Frangos e Rio das Pedras de Videira, Campos Novos e Herval D'Oeste numa somatória de ilegalidades e crimes ambientais promovidos pela empresa Megabox e, ao que tudo indica, com a conivência de alguns de seus clientes

Procurado o Engenheiro Agrônomo citado na reportagem da revista, Thiago Rech diz que "há uns dois anos" a BRF não tem mais a Megabox como prestadora de serviço, ou seja, que não recebe seus rejeitos industriais. Sua informação não se confirma.
Documentos oficiais comprovam que entre o dia 01 de fevereiro e 21 de março de 2017, portanto a menos de um ano, a BRF S.A. enviou para a Megabox mais de duas mil toneladas de rejeitos. Destes, o lodo das estações de tratamento corresponderam a 75,5% do total recebido pela empresa de Rio das Antas. Resíduos de incubatórios outros 18,79% e cinzas de caldeiras, mais 3,20%.
Encurralado em suas contradições, Thiago Rech disse que não daria mais nenhuma informação e que somente a BRF poderia se manifestar sobre o assunto.

Em contato também com a JBS e questionada se a empresa seria solidária com o passivo ambiental acumulado de seus contaminantes industriais no solo de Rio das Antas, a assessoria de imprensa do grupo fez-se de desentendida e respondeu por email que os resíduos destinados à Megabox eram da Seara, que também é uma empresa do grupo. "A Seara informa que a referida empresa (Megabox) está bloqueada do cadastro de fornecedores, de acordo com sua política de compliance, em função de irregularidades identificadas pela Companhia. A Seara esclarece ainda que não possui contratos vigentes com o fornecedor em questão".
No órgão de licenciamento e fiscalização catarinense, além do crime ambiental de supressão de vegetação sem autorização, a Megabox tem um histórico de autos de infrações ambientais por descumprimento de condicionantes e embargos. "E continua a não atender as exigências legais, por isso temos negado sua LAO (Licença Ambiental de Operação) até que tudo seja rigorosamente cumprido", diz o gerente da Fatma/SC - Caçador, Dario Francio. 
Uma lagoa embargada por irregularidades foi construída próxima a nascente, ampliado o crime pelo corte irregular de vegetação nativa

Em janeiro deste ano a Fatma/SC negou novo pedido de LAO, pois a Megabox não cumpriu uma extensa lista de exigências ambientais, entre elas a de apresentar análise química com resultados para os elementos, altamente tóxicos (cancerígenos), Cromo Hexavalente e Mercúrio.

Segundo fonte que conhece as entranhas da empresa, um dos principais problemas da Megabox é a geração de efluentes líquidos sem a existência de um sistema de tratamento. "Estes efluentes estão sendo armazenados em lagoa que não tem seu conteúdo removido para correta destinação e ainda é aberta. Não sendo coberta, recebe água adicional de chuva com o consequente transbordamento e dispersão de contaminantes no solo. Agrava-se que esta lagoa está em Área de Preservação Permanente - APP".
Outro gravíssimo problema, e que incrimina de forma assustadora a BRF, é que a Megabox vem recebendo resíduos muito acima da capacidade de processamento, o que resulta na incompleta maturação da compostagem.
A capacidade de processamento da Megabox é de 38,50 T/dia.
Só em fevereiro e março de 2017 a empresa recebeu 71,75 T/dia.

Na reportagem à Revista Expressão, a BRF afirma que destinava 105 T/dia de resíduos industriais à Megabox.
Uma investigação minuciosa deve ser feita pelos órgãos competentes, pois só neste período, entre o que a BRF diz ter enviado e o que a Megabox recebera há um passivo ambiental desaparecido de mais de mil toneladas de resíduos industriais altamente contaminantes.

Documento oficial da Fatma mostra vegetação nativa morrendo pelo espalhamento irregular no solo de rejeitos industriais em área da Megabox

Procurado também o administrador da Megabox, Olvidir Contini diz que nunca teve essa função na empresa. A mesma afirmação foi dada por seu advovado, Ocimar Carlos Pioli, completando que seu cliente está esclarecendo tudo judicialmente. "Olvidir é sócio. Mas, desde que integrou a sociedade nunca exerceu gestão e administração. Ele cedeu seu terreno para o investimento, contudo jamais teve acesso a qualquer documento da sociedade. Quem sempre administrou foi João Valdir Alves Meira, por procuração pública". 
Tanto a afirmação de Olvidir quanto a de seu advogado são contraditórias ao Termo de Embargo e Auto de Infração da Polícia Militar Ambiental de 26 de janeiro de 2016. Nestes documentos, constam a assinatura de Olvidir Contini.

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Uma arma à cabeça, um tiro. Jornalismo é profissão de risco

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Mulheres agricultoras são foco do IVC e COL

O Instituto Viva a Cidade - IVC e o Clube de Oratória e Liderança - COL iniciam o ano de 2018 com mais um projeto focado na sustentabilidade e liderança. Trata-se do projeto ANAS que disputou o edital do Mecenato 2017 divulgado no fim do ano pela Portaria 96/2017 da Secretaria de Cultura e Turismo - Secult
 ANAS é um retrato da família joinvilense que vive da agricultura familiar,
especificamente da agroecologia
Em fase de captação (renúncia fiscal de recursos que podem ser doados do IPTU e ISSQN até o limite de 30%) trata-se da produção de uma obra cinematográfica (curta metragem) de baixíssimo orçamento (R$ 69.500,00) que será produzida pela joinvilense Ipê Produções.  Interessados em apoiar: contato@institutovivacidade.org.br.
O projeto foi tema de reportagem na edição 841 do JOV (Jornal O Vizinho) de março de 2018.
Além das práticas agrícolas, a obra pretende mostrar como é o dia-a-dia destas mulheres,
sua feminilidade, religiosidade, vaidade, lazer, para discutir o estereótipo de
mulher agricultora = mulher desgrenhada com chapéu de palha
ANAS está alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS da ONU)
  
O curta abordará o empoderamento feminino através da luta de mulheres agricultoras para conquistarem os direitos profissionais da categoria e no importante papel que exercem na continuidade das práticas agrícolas familiares, como a manutenção de mudas e sementes crioulas (sementes não transgênicas e que não têm herbicida nem adubo orgânico em nenhuma geração da planta que originou a semente).
ANAS tem como objetivo também contribuir para o atingimento de algumas metas do Plano Municipal de Cultura com destaque para:
Meta 3 - Realização anual de no mínimo uma ação cultural de acesso público e gratuito em cada bairro da área urbana e cada localidade da área rural do município.
Meta 4 - Aumento em 100% no número de pessoas que frequentam museus, centros culturais, cinemas, exposições, espetáculos de teatro, circo, dança e música, feiras, mostras, festivais e festas populares.
Meta 7 - Aumento em 100% dos registros formais do trabalho no setor cultural.
Em Santa Catarina, a economia agrícola está baseada na
pequena propriedade de agricultura familiar

Santa Catarina tem 195 mil estabelecimentos agrícolas economicamente ativos. Destes, 90% têm menos de 50 hectares e 87% são classificados como agricultores familiares. No Brasil, a agricultura familiar é responsável por 85% dos alimentos que temos em nossa mesa.
As mulheres estão presentes na economia rural, concentradas nas atividades voltadas ao auto consumo familiar, nas tarefas domésticas, no cuidado com os filhos, na criação de pequenos animais, na horticultura, no cultivo e resgate das plantas medicinais, no zelo pelo jardim, no manejo e na produção da lavoura e na preservação das sementes crioulas.
Mesmo as mulheres estando inseridas na agropecuária, suas atividades são culturalmente atribuídas como “ajuda”. O papel de “ajuda” desconsidera o trabalho feminino como produtivo.
Portanto, nestes casos é atribuído o trabalho de produtor apenas para o homem

Camponesas, agricultoras, mulheres indígenas, quilombolas, pescadoras. A sociedade brasileira começa a ouvir esses termos com mais frequência na mídia, mesmo que ainda seja de uma forma estereotipada, como grupos sociais marginalizados, que deveriam ser objeto apenas de políticas sociais.
No entanto, nos últimos anos, essas mulheres vêm mostrando uma capacidade organizativa e política bem importante. Deixaram de ser apenas “esposas de” e passaram a ter nome próprio. Começam a ser titulares de empreendimentos, presidentes de cooperativas rurais, de associações e grupos de produtoras. Participam de feiras, vendem para o poder público, para os programas sociais e para a merenda escolar.
E também começaram a aparecer politicamente, participando de marchas – como é o caso da Marcha das Margaridas – ou de ações diretas, protestos, fechamento de estradas, manifestações. Elas se organizam em diversos movimentos, apresentando reivindicações ao governo e à sociedade, se articulam nacional e internacionalmente (o caso mais conhecido é o da Via Campesina). Enfim, se mostram enquanto sujeitos políticos.

A proposta do documentário é evidenciar este assunto da agricultura orgânica, sob o olhar feminino

Na história da agricultura sempre coube a mulher o cuidado com as sementes crioulas, (sementes tradicionais, mantidas e selecionadas por várias décadas através de agricultores tradicionais) no preparo dos insumos orgânicos, na preservação da biodiversidade, na preparação dos alimentos.
As mulheres são responsáveis pela peletização das sementes (processo de recobrimento das sementes) em casa, o que contribui para a sanidade da semente e das plantas após a germinação, diminuindo assim o ataque de doenças e de insetos. Está com a mulher camponesa a garantia de alimentos saudáveis em nossas mesas.
Saiba mais sobre ANAS acessando o sítio blogado do projeto.


Ficha Técnica de ANAS
Roteirista: Ilaine Melo
Diretora: Ilaine Melo
Diretor de Fotografia: Altamir Andrade
Produtor Executivo: Altamir Andrade
Montagem: Julium Schramm
Difusão do Filme: Ivan Melo

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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Fenaj inicia 2018 prestando solidariedade a jornalista joinvilense

A Federação Nacional de Jornalistas - Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina - SJSC iniciaram as atividades do ano de 2018 reagindo contra ação de poderosa indústria joinvilense e em defesa do "jornalista Altamir Andrade, editor dos jornais O Joinvilense e O Vizinho, que vem sendo vítima de tentativas de intimidação, assédio judicial e cerceamento à liberdade de imprensa".

Às vésperas do Natal 2017 a Tupy Fundições S.A. decidiu acionar o judiciário que me intimou para "prestar esclarecimentos". O que motivou o gigante industrial foi a reportagem que fiz no Jornal O Joinvilense em setembro de 2017 e que também resultou numa matéria complementar neste blog com o título: "Areias Mortais, uma catástrofe se encaminha".
O tema me mobiliza há vários anos com dezenas de reportagens, denúncias e livro já escrito, como pode ser conferido nos links no fim desta postagem. Tanto, que em novembro ele voltou à tona em edição do Jornal O Vizinho e noutra matéria complementar com o título: "A maldade também se renova"
Foi também em 2017, no mês de setembro, no IX FBEA, em Balneário Camboriú, SC, que fiz uma denúncia nacional sobre o tema, como pode ser conferido no Diário do Fórum Brasileiro de Educação Ambiental
Posso estar enganado, mas tenho a sensação de que a empresa quer que eu produza provas contra mim, haja vista as perguntas formuladas. Convido você a avaliar minha suspeita:
1- Lendo primeiro as três matérias citadas pela empresa da edição 075 do JOI (Jornal O Joinvilense): Areias Mortais (capa), Mais veneno do prato (contra-capa) e Tupy se comporta como culpada (editorial).

2- Assistindo ao vídeo com a denúncia nacional que fiz no IX FBEA e também na Câmara de Vereadores de Joinville.
3- Lendo as perguntas formuladas pela empresa e as minhas respostas, abaixo:

Joinville, SC, 14 de dezembro de 2017
Respostas ao Mandado 038.2017/066769-5 – Z08-Joinville dos Autos 0324367-62.2017.8.24.0038
Ação: Notificação para Explicações
Requerente: Tupy S/A
Requerido: Altamir A. Andrade
DD. Juiz de Direito Sr. Décio Menna Barreto de Araújo Filho
Atendendo sua decisão estou respondendo aos questionamentos feitos.
1. Se é a Tupy a empresa responsável pelo alegado descarte criminoso de resíduos/rejeitos de fundição que teriam sido espalhados por Joinville a que o Notificado se refere na reportagem “Areias Mortais”:
Resposta: É o que dizem moradores entrevistados principalmente nos bairros Boa Vista, Iririú, Espinheiros, Aventureiro entre outros bairros com seus depoimentos publicados em diversas reportagens nos jornais O Vizinho e O Joinvilense e também no livro “O Gigante Acuado”.
2. A Tupy estaria se comportando como culpada de que?
Resposta: Neste caso, do impedimento do exercício da liberdade de imprensa; e no mesmo editorial escrevemos que “Seria nesta visita que teríamos a oportunidade de ver, conferir, ouvir o outro lado”, o que mais uma vez não nos foi permitido.
3. Se o Notificado confirma existir em “lobby”, e de que forma este se daria, para aprovação da lei?
Resposta: A resposta está no mesmo editorial quando escrevemos “Numa típica estratégia de lobby para a aprovação da Lei que é tema da reportagem...”
4. Queira o Sr. Notificado esclarecer de que forma a TUPY estaria manipulando as autoridades públicas de Joinville?
Resposta: Da mesma forma, a resposta está no mesmo texto, considerando que os vereadores da comitiva não são especialistas no assunto. E ainda registramos que “na legislatura passada outro vereador também fez tentativas de visitas com jornalistas e ambientalistas para acompanhar o processo de produção e assim poder confirmar se realmente há riscos de a empresa descartar seus contaminantes industriais”
5. Queira o Sr. Notificado esclarecer o significado da alegação “outra prática contra o jornalista, de fazer campanha difamatória contra o Notificado”.
Resposta: Anexo cópia de uma nota publicada em jornal pela TUPY onde cita meu nome e do meu jornal chamando-me de mentiroso, por exemplo, quando diz: “...nada do que foi dito pela publicação O Vizinho é verdade.” Ou ainda quando no mesmo texto diz: “Com relação ao O Vizinho, providências já estão sendo tomadas no âmbito jurídico”, uma afirmação, por parte da TUPY, aqui sim, mentirosa, pois nunca, nestes quase 20 anos fazendo reportagens que a denunciam a empresa acionou-me, ou a minha empresa, ou aos meus jornais, judicialmente.
6. Queira o Sr. Notificado esclarecer há equívoco na interpretação de que é insinuada a participação da TUPY num alegado atentado sofrido em 2001 ou se de fato o Notificado alega que a TUPY tem envolvimento com referido fato?
Resposta: Jamais afirmei que a TUPY tenha envolvimento com referido fato, contextualizamos o leitor de fatos que aconteceram na época envolvendo a TUPY. Interpretações são resultantes de subjetividades privatizadas, portanto não posso inferir neste caso.
7. Queira o Sr. Notificado confirmar ou retratar a alegação de que a TUPY despejava irregularmente caminhões de “areia boa” (rejeitos) pela cidade de Joinville?
Resposta: Há no Arquivo Histórico de Joinville (AHJ) inúmeras reportagens com imagens em várias publicações além dos exemplares dos jornais que editei que confirmam essa prática.
8. Queira o Sr. Notificado confirmar se alega a participação da Tupy na morte do Sr. Leonardo Aguiar Morelli, ocorrida em 2013.
Resposta: Em dezembro de 2013, na edição 808 do Jornal O Vizinho, anexa, uma ampla reportagem sobre a inexplicável morte bem como a íntegra da carta que Morelli deixou para ser tornado público em caso de sua morte. Eu nunca acusei a Tupy de ter participação nesta morte até hoje também não investigada. É Morelli, no documento testamento, quem faz acusações e ou insinuações como pode ser conferido no anexo.
Creio ter atendido sua ordem judicial, coloco-me à disposição.
Saudações, Altamir Andrade
Jornalista Profissional

Também no dia 13 de dezembro fiz uma postagem nas redes sociais, por medida de segurança, publicizando o fato:

E na assembleia do Instituto Viva a Cidade - IVC, o tema também foi um dos assuntos da pauta como se pode conferir no recorte:

A ata da assembleia 56 pode ser acessada, na íntegra, neste link: https://oscipvivacidade.wixsite.com/institutovivacidade/atas


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