Empreendedor Social Polímata Nexialista. Consultor e Acelerador do Movimento Nacional ODS da Agenda 2030 da ONU. Educador Ambiental. Documentarista Cinematográfico. Professor e Personal Trainer de Oratória.
No início do mês de janeiro fiz uma postagem denunciando um dos mais absurdos crimes ambientais contra o rio Cachoeira. O texto, intitulado "As cobras do governo petista de Carlito Merss" teve repercussão nas redes sociais e tornou-se a postagem mais acessada e comentada do meu blog. Logo abaixo um vídeo revelador sobre o tema. Termino o primeiro mês do ano com números que me provocam reflexões. 1 - O blog rompeu a barreira dos vinte mil acessos. Aliás, dos 20.500! 2 - A postagem que desde setembro de 2009 era a mais acessada e nunca havia perdido o posto em mais de dois anos foi rebaixada por essa do crime ambiental, que em uma semana virou top e manteve-se na dianteira por todo esse mês. 3 - Em setembro de 2011 o blog havia rompido a barreira dos dez mil acessos. Foram dois anos e cinco meses para essa marca. Em 02 de janeiro desse ano fiz outra análise do quadro estatístico dessa existência virtual, com as dez postagens mais acessadas e os dez países que mais têm visitantes. Havia terminado 2011 com dezessete mil acessos. Hoje, 31 de janeiro de 2012 esse é o quadro de visualizações desde março de 2009:
O tema primeiro colocado é meio ambiente e política. O segundo, nudez. O terceiro, morte. O quarto e quinto, duas quase tragédias. Assuntos que têm prioridade da curiosidade humana. O que surpreende e desmitifica uma afirmação de senso comum é o assunto que em menos de um mês virou top. Podemos supor que nossa sociedade já está num grau de amadurecimento tal que política e meio ambiente têm prioridade sobre nudez, tragédia, morte? Desejo, sinceramente, que sim.
Contudo, preciso retomar uma infomação que afirmei na postagem que hoje é top no meu blog e que ilustro com um vídeo logo abaixo. Na semana seguinte à denúncia voltei ao rio Cachoeira e fiz uma investigação mais apurada no leito e margens no centro da cidade. Apesar da minha convicção de que aquele trecho entre o Mercado Público Municipal e a ponte da rua Itaiópolis não abrigaria "ninhos de cobras" que pudessem colocar em risco o cidadão e muito menos justificasse a roçada (quase uma capina) das margens do rio, dediquei expedição minuciosa procurando os perigosos répteis. No quinto dia, num dos trechos roçados, avistei de longe uma cobra descendo do meio fio para a avenida, em frente a Câmara de Vereadores de Joinville. Fiquei surpreso, pois desde 1999 que investigo o rio, sua fauna e flora e jamais havia visto um bicho dessa espécie. Desci da bicicleta e, já com a filmadora em mãos, registrei o encontro. Ali estava a suposta prova do governante, o perigoso animal que teria justificado a roçada rasteira com eliminação de toda a vegetação das margens do rio Cachoeira.
Contudo, como visto no vídeo, era uma simples, dócil e assustada cobra-de-vidro, que nem cobra é, mas sim, lagarto. Como o bichinho ia tentar atravessar a avenida Beira-Rio, não posso afirmar que ele fosse morador ou visitante das margens do Cachoeira. Mas, sabendo que correria o risco de ser esmagado por um veículo, incentivei o animal a subir o meio-fio e voltar à margem. Ele preferiu se esconder/proteger entre uma das cavidades da ambientalmente inóspita Ficus benjamina. Nem cobra, nem de vidro. O animalzinho é um lagarto que vive sob o folhiço nas matas e, por isso, perdeu as patas ficando com a aparência de uma serpente. Ele possui pálpebras e lingua não bifurcada, ao contrário das serpentes. Já o "vidro" deve-se a peculiaridade da autotomia caudal, hábito de perder a cauda quando perturbada. A equivocada ofiofobia do governante foi a justificativa para o crime ambiental contra o rio Cachoeira. Não sofro de ofiofilia, mas lamento que o pavor infundado humano das serpentes tem resultado na morte de muitos desses lagartos que são eficientes predadores de pragas de hortas e jardins. Mesmo as cobras, ou ofídios são répteis poiquilotérmicos (ou pecilotérmicos) sem patas, pertencentes à sub-ordem serpentes, bastante próximos dos lagartos, com os quais partilham a ordem Squamata. Há também várias espécies de lagartos sem patas que se assemelham a cobras, sem estarem relacionados com estas. Mesmo que cobras abundassem às margens do rio Cachoeira, elas são carnívoras e comem pequenos animais (incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos ou insetos. Algumas têm uma picada venenosa para matar as suas presas antes de as comerem. Outras matam as suas presas por estrangulamento.
Por norma, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há exemplos de crianças pequenas que têm sido comidas por grandes jiboias. Apesar de existirem algumas espécies particularmente agressivas, a maioria não atacará seres humanos, a menos que sejam assustadas ou molestadas, preferindo evitar este contato. De fato, a maioria das serpentes são não-peçonhentas ou o seu veneno não é prejudicial aos seres humanos. A "falsa cobra" do vídeo, eu a peguei da via e a coloquei de volta entre as folhas secas do chão. Ela se refugiou entre as raízes de uma árvore. Se o governante tivesse visto isso talvez mandasse cortá-la. Ainda bem que não viu!