quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ex traficante agora é astro de cinema

Entrevista exclusiva com ator destaque do mais premiado no Festival Paulínia de Cinema 2010

Washington Luiz de Oliveira Miras, o Tsiu, foi traficante em favela do Rio de Janeiro. Agora, nos jornais, não é mais as páginas policiais que ele ocupa, mas as de cultura. No filme "5X Favela, Agora por nós mesmos", ele é um dos mais destacados atores do elenco interpretando o chefe do tráfico "Feijão". Aclamado no Terceiro Festival Paulínia de Cinema, o filme foi o que mais atraiu público para o debate na manhã do dia seguinte após a exibição de lançamento no Brasil e também o mais premiado do festival. Produzi, no Jornal O Vizinho (JOV) uma reportagem de capa sobre o assunto. O filme estreia nas salas de cinema no dia 27 de agosto. Saiba mais sobre o filme acessando o sítio http://www.5xfavela.com.br/.
Veja, abaixo, alguns vídeos da entrevista exclusiva que o ex-traficante me concedeu na tarde de 18 de julho, num dos estúdios do Pólo Cinematográfico de Paulínia, SP. Clique no "Meus Vídeos" deste blog para ver outros depoimentos do Tsiu.
Aqui, Washington Luiz fala sobre os heróis mortos:


Nesse trecho, Tsiu deixa um recado aos jovens:


Acesse www.andrade.jor.br e "Meus Vídeos" para ver outros depoimentos do Tsiu.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

5X Favela é o grande campeão do Festival Paulínia de Cinema

Cinema nacional vive um dos seus melhores momentos
Agora é só esperar; talvez por muito tempo, pois filmes premiados em 2009 ainda não estão em exibição. Mas, quem participou do Festival Paulínia do Cinema 2010 (foram 30.000 pessoas) pode conferir que o cinema nacional vive um dos seus melhores momentos. Mesmo entre os não premiados excelentes obras foram projetadas na tela do festival.
A terceira edição do Paulínia Festival de Cinema terminou na quinta-feira, dia 22 de julho com muita festa. A primeira, da entrega dos prêmios, no Theatro Municipal de Paulínia. Mais tarde, a festa de encerramento, num dos estúdios do Pólo Cinematográfico com mais de 1500 pessoas. Na última noite do festival foi exibido o fimle 400contra1 – Uma História do Crime Organizado, de Caco Souza. Os filmes da Seleção Oficial concorreram a 650 mil reais em prêmios e foram exibidos entre os dias 16 e 21 de julho, no Theatro Municipal de Paulínia.
O Júri Oficial de Longa-Metragem foi composto por: Di Moretti (roteirista), Ana Luiza Azevedo (diretora e roteirista), Wilson Feitosa (sócio-fundador da Europa Filmes), Sergio Augusto (jornalista e escritor) e Barbara Paz (atriz). Formaram o Júri de Curta-metragem: Juliano Luccas (ator, diretor e roteirista), Cirtina Lago (atriz), Bia Barcellos (produtora cultural), Miguel Barbieri Jr (jornalista) e Simone Yunes (programadora do CineSESC – SP). Abaixo, segue a lista de premiados:

Filmes de longa metragem
Melhor Filme ficção: R$ 150.000 - 5xfavela – Agora por nós mesmos, de de Manaira Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos, Luciana Bezerra
Melhor Documentário: R$ 50.000 – Leite e Ferro, de Claudia Priscilla
Melhor Diretor ficção: R$ 35.000 – Flavio Tambellini, por Malu de Bicicleta
Melhor Diretor Documentário: R$ 35.000 – Claudia Priscilla, por Leite e Ferro
Melhor Ator: R$ 30.000 – Marcelo Serrado, por Malu de Bicicleta
Melhor Atriz: R$ 30.000 – Fernanda de Freitas, por Malu de Bicicleta
Melhor Ator coadjuvante: R$ 15.000 – Marcio Vitto, por 5xFavela – Agora por nós mesmos , episódio Acende a Luz
Melhor Atriz coadjuvante: R$ 15.000 – Dila Guerra, por 5xFavela – Agora por nós mesmos , episódio Acende a Luz
Melhor Roteiro: R$ 15.000 – Rafael Dragaud, por 5xFavela – Agora por nós mesmos
Melhor Fotografia: R$ 15.000 – Gustavo Hadba, por Bróder
Melhor Montagem: R$ 15.000 – Quito Ribeiro, por 5xFavela – Agora por nós mesmos
Melhor Som: R$ 15.000 – Miriam Biderman e Ricardo Reis, por Bróder
Melhor Direção de arte: R$ 15.000 – Alessandra Maestro, por Bróder
Melhor Trilha Sonora: R$ 15.000 – Guto Graça Melo, por 5xFavela – Agora por nós mesmos
Melhor Figurino: R$ 15.000 – Marcia Tacsir, por Desenrola
Especial Júri: R$ 35.000 - Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley

Filme de curta-metragem - Nacional
Melhor filme: R$ 25.000 – Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro
Melhor Direção: R$ 15.000 – Cesar Cabral, por Tempestade
Melhor Roteiro: R$ 10.000 – Daniel Ribeiro, por Eu não quero voltar Sozinho

Filme de curta-metragem - Regional
Melhor filme: R$ 25.000 – Depois do Almoço, de Rodrigo Diaz Diaz
Melhor Direção: R$ 15.000 – Jonas Brandão, por Um Lugar Comum
Melhor Roteiro: R$ 10.000 – Elzemann Neves, por Depois do Almoço

Júri Popular
Melhor longa ficção: R$ 25.000 - 5xfavela – Agora por nós mesmos, de de Manaira Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos, Luciana Bezerra
Melhor documentário: R$ 15.000 – Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley
Melhor curta metragem nacional: R$ 5.000 – Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro
Melhor curta-metragem regional: R$ 5.000 - Meu avô e eu, de Cauê Nunes

Prêmio da Crítica
Melhor curta-metragem: Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro
Melhor longa-metragem: Bróder, de Jeferson De

domingo, 18 de julho de 2010

Zuenir Ventura debate no Festival Paulínia de Cinema 2010

O filme "5X Favela" foi fio condutor da palestra do jornalista
Zuenir Carlos Ventura (Além, Paraíba, 1 de junho de 1931) é jornalista e escritor. Ganhou o Prêmio Jabuti em 1995, na categoria reportagem, com o livro Cidade Partida.
Palestrante convidado do Terceiro Festival Paulínia de Cinema ele discutiu o livro e aproveitou o fime "5X Favela - Agora por nós mesmos" para nortear o debate.
Em 1993, Zuenir Ventura frequentou, por dez meses, uma favela carioca para escrever o livro Cidade Partida. "Foi uma experiência que mexeu muito com a minha cabeça porque a favela ficava ao lado da minha casa e era tão distante. Eu conhecia a Europa e não conhecia ali".
Ventura diz que pensava encontrar uma população raivosa, vingativa, mas surpreendeu-se com uma sociedade alegre, que queria justiça, sim, mas que não era odiosa. "Isso modificou todos os clichês, os meus estereótipos de violência das favelas". O filme 5X Favela retrata exatamente isso, e os moradores do elenco do filme são unânimes nesse discurso. "Pobre também ri", disse uma das atrizes no debate.
Na sua experiência, Ventura diz que havia, sim, um grupo que representava 0,01% da população da favela formada de criminosos fortemente armados que dominavam a comunidade. "Saí de uma ditadura militar e encontrei uma ditadura social na favela.
Eles haviam se armado mais que a polícia. Já naquela época se dizia que a única maneira de quebrar essa ruptura, segregação social, era através da cultura".
Ventura está convencido que a economia, o social separam, mas a cultura une, "como bem sabemos, o carnaval faz isso".
Na favela, enquanto a frequentou nos dez meses para escrever o livro, ele diz que o policial é quem subvertia a ordem pública daquela comunidade dominada pela lei do traficante. "Os meus momentos de medo eram quando a polícia chegava na favela".
Na coletiva de imprensa que aconteceu antes da palestra, eu e Zuenir Ventura também participamos com outras dezenas de pessoas. Aliás, foi o filme que mais atraiu para o debate. Tomei a iniciativa de pedir para um dos atores comentar a sua personagem (Feijão).
Com menos de 1,60m, Washington Rimas, que na vida real tem o apelido de Tsiu, surpreendeu alguns (como eu) ao relatar que foi chefe do tráfico por muitos anos. Depois, durante o almoço, Tsiu me disse que ganhava muito dinheiro. "Eu faturava uns R$ 200 mil reais por semana". Durante esse período ele tinha tudo que desejava ter materialmente. "A mídia mostra coisas que não podemos ter. Isso me levou ao crime. Então eu ganhava muito dinheiro, comprava tudo e tinha muitas mulheres que me queriam, nesse período".
Agora ator, ele viaja o mundo fazendo palestras convidado por entidades e governos que o tem como exemplo de que é possível resgatar o ser humano do crime. Segundo o jornalista Zuenir Ventura, além do resultado do filme ser surpreendente como produção artística, de qualidade, a obra é uma "prova" da capacidade da arte de unir pessoas, classes sociais e recuperar cidadãos.
Tsiu arrancou gargalhadas ao comentar que em recente viagem que fez aos EUA convidado para fazer palestras em vários estados norte-americanos, ao chegar naquele país ele recebera um formulário com dezenas de perguntas. Segundo o ator, perguntas do tipo: Você já roubou? Já comercializou armas? Já traficou etc. "Eu fui colocando, sim, sim, sim, sim. Só numa delas eu escrevi não. Se eu já havia praticado o terrorismo".
Sua chegado aos EUA virou caso para a CIA. "Tô progredindo. Pra quem vivia fugindo da Polícia Militar agora tem a CIA investigando!!!", comparou o ator.
Na minha opinião, o filme "5X Favela" tem tudo para se transformar numa obra de sucesso nacional e internacional. Para mim, uma das melhores obras brasileiras da sétima arte que já vi na telona.
Os diretores do filme e alguns atores são moradores da favela. Para Zuenir Ventura o fime "5X Favela" é um exemplo do fenômeno da “Invasão do Centro pela Periferia".

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Festival de Cinema 2010

Fernanda Torres e Lázaro Ramos abrem Festival Paulínia de Cinema e Hector Eduardo Babenco é homenageado

Os atores Fernanda Torres e Lázaro Ramos foram os mestres de cerimônia da abertura do terceiro Festival Paulínia de Cinema. O carisma deles somou-se às pitadas de bom humor arrancando aplausos e boas risadas na plateia do Theatro Municipal que estava praticamente lotado, com aproximadamente mil pessoas. O ponto alto do evento foi a homenagem ao cineasta argentino-brasileiro de ascendência judaico-ucrâniana Hector Babenco. Nascido em Mar del Plata (Argentina) em 07 de fevereiro de 1946, radicou-se no Brasil aos 19 anos de idade e naturalizou-se em 1977.
Consagrado com filmes como Carandiru (2003) e Pixote (1980) - A lei do mais fraco, Babenco assistiu com o público outro dos seus mais premiados filmes, O Beijo da Mulher Aranha (1984), que rendeu também o prêmio de melhor ator a Willian Hurt. A projeção restaurada é um dos 27 filmes que serão exibidos no festival, dos quaiss 12 são longa-metragens (seis de ficção e seis documentários) e treze são curta-metragens.
O Festival recebeu inscrições de 36 longas de ficção, 47 documentários em longa-metragem, 245 curtas nacionais e 30 cutas regionais, totalizando 367 títulos inscritos. Todos os filmes passaram pelo crivo do diretor geral do festival, o joinvilense Ivan Carlos de Melo,Dois títulos completam a homenagem ao diretor,Pixote In Memorian, de Felipe Briso e Gilberto Topczewski e Coração Iluminado, também dirigido por Babenco.

Ivan Carlos de Melo, ao lado da atriz Lucélia Santos, faz a seleção dos filmes desde a primeira edição do Festival Paulínia de Cinema

O encerramento do Festival acontece na noite de 22 de julho, quinta-feira, a partir das 19h, em cerimônia para convidados, com a exibição do longa 400contra1 – Uma História do Crime Organizado, de Caco Souza. Após a exibição do filme, acontecerá a premiação do Festival.

Para ver os premiados de 2009, clique aqui.

Seleção
Abaixo segue a lista completa dos filmes da Seleção Oficial do Festival 2010, assim como da mostra paralela. A programação do Festival segue anexada.

LONGAS DE FICÇÃO
1. 5 Vezes Favela, Agora Por Nós Mesmos, de Manaíra Carneiro e Wagner Novaes; Rodrigo Felha e Cacau Amaral; Luciano Vidigal; Cadu Barcellos; Luciana Bezerra (RJ)
2. Broder, de Jeferson De (SP)
3. Desenrola, de Rosane Svartman (RJ)
4. Dores & Amores, de Ricardo Pinto e Silva (SP)
5. Malu de Bicicleta, de Flávio Tambellini (RJ)
6. As Doze Estrelas, de Luiz Alberto Pereira

Documentários
1. As Cartas Psicografadas por Chico Xavier, de Cristiana Grumbach (RJ)
2. Leite e Ferro, de Claudia Priscila (SP)
3. Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley (RJ)
4. Programa Casé, de Estevão Ciavatta (RJ)
5. São Paulo Companhia de Dança, de Evaldo Mocarzel (SP)
6. Uma Noite Em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil (RJ)

Curtas Nacionais1. 1:21, de Adriana Câmara (PE)
2. Ensolarado, de Ricardo Targino (RJ)
3. Estação, de Marcia Faria (SP)
4. Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro (SP)
5. Quem vai comer minha mulher? (Who’s Gonna F… My Wife?), de Rodrigo Bittencourt (RJ)
6. Retrovisor, de Eliane Coster (SP)
7. Tempestade, de César Cabral (SP)

Curtas Regionais
1. Depois do Almoço, de Rodrigo Diaz Diaz (Campinas)
2. Dona Tota e o Menino Mágico, de Adriana Meirelles
3. Meu Avô e Eu, de Cauê Nunes (Campinas)
4. Nicolau e as Arvores, de Lucas Hungria (Campinas)
5. Só Não Tem Quem Não Quer, de Hidalgo Romero
6. Um Lugar Comum, de Jonas Brandão (Sumaré)

Mostra Paralela
1. Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca
2. Chico Xavier – o filme, de Daniel Filho
3. Coração Iluminado, de Hector Babenco
4. É Proibido Fumar, de Anna Muylaert
5. Pixote in Memorian, de Felipe Briso e Gilberto Topczewski
6. Salve Geral, de Sérgio Rezende

Especial Infantil
1. Eu e Meu Guarda Chuva, de Toni Vanzolini
2. Gui, Estopa e a Natureza, de Mariana Caltabiano

PRÊMIOS
O Festival distribuirá, por meio de sua premiação oficial, um total de R$ 650 mil aos vencedores das diversas categorias, como segue:

FILMES DE LONGA METRAGEM
Melhor Filme ficção: R$ 150.000
Melhor Documentário: R$ 50.000
Melhor Diretor ficção: R$ 35.000
Melhor Diretor Documentário: R$ 35.000
Melhor Ator: R$ 30.000
Melhor Atriz: R$ 30.000
Melhor Ator coadjuvante: R$ 15.000
Melhor Atriz coadjuvante: R$ 15.000
Melhor Roteiro: R$ 15.000
Melhor Fotografia: R$ 15.000
Melhor Montagem: R$ 15.000
Melhor Som: R$ 15.000
Melhor Direção de arte: R$ 15.000
Melhor Trilha Sonora: R$ 15.000
Melhor Figurino: R$ 15.000
Especial Júri: R$ 35.000

FILME DE CURTA-METRAGEM - NACIONAL
Melhor filme: R$ 25.000
Melhor Direção: R$ 15.000
Melhor Roteiro: R$ 10.000

FILME DE CURTA-METRAGEM - REGIONAL
Melhor filme: R$ 25.000
Melhor Direção: R$ 15.000
Melhor Roteiro: R$ 10.000

JÚRI POPULAR
Melhor longa ficção: R$ 25.000
Melhor documentário: R$ 15.000
Melhor curta metragem nacional: R$ 5.000
Melhor curta-metragem regional: R$ 5.000

ATIVIDADES PARALELAS
O Paulínia Festival de Cinema – 2010 traz ainda:
- Debates
- Seminários
- Realização do III Encontro Roteiro em Questão.
- Lançamento de livros e dvds

Programação do Terceiro Festival Paulínia de Cinema

quinta-feira, dia 15 de julho
20h: Cerimônia de Abertura; Homenagem a Hector Babenco; exibição da cópia restaurada de O Beijo da Mulher Aranha.

sexta-feira, dia 16 de julho
16h: Mostra Paralela: Pixote in Memorian, de Felipe Briso e Gilberto Topczewski
18h: Curta Regional: Só Não Tem Quem Não Quer, de Hidalgo Romero
18h30: Documentário: Leite e Ferro, de Claudia Priscila
20h: Especial: Cel.U.Cine
20h30: Curta Nacional: Tempestade, de César Cabral
21h: Ficção: As Doze Estrelas, de Luiz Alberto Pereira

sábado, dia 17 de julho
14h: Infantil: Eu e Meu Guarda Chuva, de Toni Vanzolini
16h: Mostra Paralela: Coração Iluminado, de Hector Babenco
18h: Curta Regional: Nicolau e as Árvores, de Lucas Hungria
18h30: Documentário: São Paulo Companhia de Dança, de Evaldo Mocarzel
20h30: Curta Nacional: Estação, de Márcia Faria
21h: Ficção: 5 Vezes Favela, agora por nós mesmos, de Manaíra Carneiro & Wagner Novais, Rodrigo Felha & Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos, Luciana Bezerra

domingo, dia 18 de julho
14h: Infantil: Gui, Estopa e a Natureza, de Mariana Caltabiano
16h: Mostra Paralela: É Proibido Fumar, de Anna Muylaert
18h: Curta Regional: Meu Avô e Eu, de Cauê Nunes
18h30: Documentário: As Cartas Psicografadas por Chico Xavier, de Cristiana Grumbach
20h30: Curta Nacional: Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro
21h: Ficção: Desenrola, de Rosane Svartman

segunda-feira, dia 19 de julho
16h: Mostra Paralela: Chico Xavier – o filme, de Daniel Filho
18h: Curta Regional: Um Lugar Comum, de Jonas Brandão
18h30: Documentário: Uma Noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil
20h30: Curta Nacional: 1:21, de Adriana Câmara
21h: Ficção: Dores & Amores, de Ricardo Pinto e Silva

terça-feira, dia 20 de julho
16h: Mostra Paralela: Salve Geral, de Sergio Rezende
18h: Curta Regional: Depois do Almoço, de Rodrigo Diaz Diaz
18h30: Documentário: Programa Casé, de Estevão Ciavatta
20h30: Curta Nacional: Quem vai comer a minha mulher? (Who’s Gonna F... my Wife?), de Rodrigo Bittencourt
21h: Ficção: Malu de Bicicleta, de Flávio Tambellini

quarta-feira, dia 21 de julho
16h: Mostra Paralela: Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca
18h: Curta Regional: Dona Tota e o Menino Mágico, de Adriana Meirelles
18h30: Documentário: Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley
20h30: Curta Nacional: Ensolarado, de Ricardo Targino
20h45: Curta Nacional: Retrovisor, de Eliane Coster
21h: Ficção: Broder, de Jéferson De

quinta-feira, dia 22 de julho
19h: Cerimônia de Encerramento; exibição do longa-metragem 400contra1- Uma História do Crime Organizado, de Caco Souza e entrega dos prêmios.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Teatro no bar

Joinville, SC, já rompeu a barreira de meio milhão de habitantes. Apesar disso é uma cidade provinciana que se transforma. A maior cidade do estado de Santa Catarina já oferece boas e diversificadas opções gastronômicas. A via consolida-se. Mas, os únicos "diferenciais" de algumas casas ainda residem na mesmice dos telões com vídeos musicais ou música ao vivo.

Todavia, uma iniciativa inovadora e produzida por Muriel Szym tem tudo para melhorar esse quadro. O teatro começa a invadir os "botecos". A primeira temporada encerrada no domingo, 30 de maio de 2010, pode se configurar como um destes pequenos e importantes fatos histórico/culturais.

O produtor cultural Mureil Szym e o empresário Kristhian Lenoch, do Bovary
No palco do Bovary Snooker Pub (antigo Liverpool) o Grupo Gats de Teatro de Jaraguá do Sul, SC, com a peça "Tanto Trabalho Pra Nada", o teatro invade um espaço carente e com um público desejoso de boas e divertidas obras. A parceria de Szym e Lenoch foi um investimento que promete. O primeiro espetáculo é uma excelente obra de um dos mais respeitados grupos de Santa Catarina, o Grupo Gats de Teatro.
Leone Silva e Ilaine Melo, atores e empreendedores do teatro encontram-se no Bovary

O evento foi também de encontros. Leone Silva (Gats) e Ilaine Melo (Unicórnio) iniciaram no teatro praticamente na mesma época. Em 1998, quando ela assistira esse mesmo espetáculo com overdose de machismo, no meio da peça ela se retirou da plateia, indignada. "Dessa vez ficasse", brincou Leone Silva. Atriz e diretora, ela reconheceu a "evolução" da peça. "Como é bom ver um espetáculo tão melhor anos depois", comentou. Dela, também, os atores arrancaram gargalhadas.

Acredite, mas a imagem acima não é de nenhum espetáculo. São amigos, "teatreiros" conversando...

Parte do elenco comemora com Ilaine Melo (braços cruzados) o sucesso da noite
"Tanto Trabalho Pra Nada" é delicioso, divertidíssimo. Entre os atores há um escolhido da platéia que encena com o grupo toda a peça. Imperdível. O grupo se despediu prometendo que retorna com outros espetáculos. Eu, já estou esperando e torcendo para que a parceria do Szym e do Lenoch se fortaleça. Eu levei um casal de amigos (os empresários Lourival e Ieda Matos Elyas). Eles também, saíram encantados e deverão levar outros. É asssim que funciona...

domingo, 2 de maio de 2010

Lobisomem do Sótão

Ilaine Melo e Muriel Szym dando vida às personagens no bloco do lobisomem
O ensaio da noite de 27 de abril teve início às 22h15 e terminou na madrugada de 28. Esse tem sido o ritmo do grupo. Noites, madrugadas, fins de semana, feriados. O processo criativo do bloco do Lobisomem finalmente está estruturado. A visita de parte do grupo à exposição "Museu é o mundo" de Hélio Oiticica, no Itaú Cultural em São Paulo, foi inspiradora. Os "Penetráveis" da exposição permitem uma interatividade do observador que o transforma em parte do conjunto da obra. Dos textos expostos, uma frase destacou-se para este observador: "Toda grande expressão de arte aspira ao sublime". Hélio Oiticica - 22/02/1961. Quando, no meio de um texto, que ele filosofa sobre a arte, diz: "Para mim anotações e formulações de ideias são mais importantes", senti-me privilegiado observador, pois lá estava eu fazendo anotações e formulando ideias para troca com o grupo.
A esposição fica até 16/05 na Avenida Paulista, 149 (Estação Brigadeiro do Metrô).

Para saber mais sobre o Sótão:

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Carlos Franzói no Sótão


Feriado de 21/04/2010. Anoitece no Galpão de Teatro da Dionisos. 19h. O espetáculo de teatro em montagem, Sótão, agora tem mais um construtor, o artista plástico Carlos Franzói. Ele e Ilaine Melo tem quase a mesma cronologia na relação com a arte. Decorridos mais de cinco anos de afastamento, o reencontro. Franzói vem para o grupo com seu olhar estético, semiótico, enriquecer a plástica de Sótão. Contemporâneo e provocador com suas intervenções artísticas que um dia o levaram à prisão, na conservadora e intolerante Joinville, este professor universitário e agora diretor do Museu de Arte de Joinville, MAJ, integra-se ao grupo como diretor. No primeiro encontro de trabalho, depois de uma demorada conversa na semana anterior no reencontro com Ilaine Melo, uma oficina com um elemento que deve compor o cenário do espetáculo e interagir com a obra, o tecido.
Carlos Franzói, Ilaine Melo e Muriel Szym discutem o roteiro de Sótão.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Naturismo: tirar a roupa é apenas um detalhe

Até mesmo entre os praticantes faz-se confusão sobre o que é ser nudista, naturista ou naturalista. Sem buscar as definições oficiais (algumas delas também se desencontram) consultei praticantes desse universo (dos sem roupa) e os conceitos práticos se apresentam com simplicidade consensual.
Nudista é aquele que gosta de andar pelado e tirar a roupa é uma condição que se busca constantemente nos mais diversos ambientes.
Naturalistas são os adeptos das comidas naturais (sem processamento industrial) e que também evitam carnes vermelhas.
Os naturistas são aqueles que comem de tudo, mas preferem uma alimentação mais natural, preferem viver em ambientes onde o uso da vestimenta não é obrigatório e têm uma vertente ambientalista de defender, preservar e recuperar a natureza.

Peixe frito, como nos tempos das cavernas, ou churrasco grelhado no carvão também fazem parte do cardápio dos naturistas

Nem todo nudista é naturista ou naturalista.
Nem todo naturalista é nudista ou naturista.
Todo naturista é nudista com tendência ao naturalismo.

No Rio Grande do Sul, município de Taquara, na localidade de Morro das Pedras, está a única Vila Naturista do Brasil: Colina do Sol. Distante cerca de 45 minutos de Porto Alegre, o local é um refúgio difícil de encontrar.

A região do Morro das Pedras sofre violenta agressão ambiental pela extração da Pedra Gres

As pedras são bastantes utilizadas na construção de muros e paredes

Os naturistas preferem lugares de difícil acesso, pois inibem a presença de curiosos ou de pessoas que têm uma percepção distorcida sobre a nudez. Distorcida, no caso, é relacioná-la com o ato sexual, simplesmente.
A maioria das pessoas só tira a roupa para tomar banho e fazer sexo. Muitas dessas também fazem sexo enquanto tomam banho. Então, esse senso comum tem uma relação com a nudez completamente diferente para o naturista, que também faz sexo, é claro, mas não é a nudez que provoca o desejo ou o estímulo para isso.

Os naturistas praticantes, mas também os iniciantes, que desejam uma convivência num ambiente de ótima infraestrutura, segurança, privacidade e de muito contato com a natureza, podem se hospedar em algumas das dezenas de cabanas edificadas entre eucaliptos e exuberante mata.

Quase uma centena de cabanas de vários modelos integram-se harmoniosamente ao ambiente
O casal Collins mora no local e empreende na venda e aluguel de cabanas. Marlene Farias Collins é mulher do inglês naturalizado brasileiro, Colin Collins.
Colin Collins, 73, nasceu em Addiscombe, perto da capital britânica, Londres. Está no Brasil desde os 18 anos. Quando tinha 49 anos apaixonou-se pela vizinha que também trabalhava com ele, uma cearense de 22 anos. Ele recorda que desde jovem fora praticante do naturismo. Ela aprendera com o companheiro. A pretensão do casal é não sair mais da Colina do Sol. “Nasci naturista. Me incomoda estar vestido. Aqui é um bom local para nós, um ambiente saudável para casais”, diz, convicto, o ex-engenheiro de telecomunicações que depois se tornou cinegrafista. O vídeo que está na página de entrada na internet é produção do casal.

Uma piscina feita de pedras (abundam na região) tem água cristalina de poço artesiano e desníveis para adultos e crianças. A água da piscina é rápida e naturalmente aquecida pelo sol durante o verão
As noites são convidativas aos passeios pelas ruas de chão batido ou pelos gramados. Se dali tem-se uma das mais belas vistas de pôr-do-sol do Rio Grande do Sul, a lua cheia é estímulo ao romantismo.

Luar de primavera na Colina do Sol


No local há pequeno mercado para algumas necessidades básicas. Recomenda-se que você escolha cardápios especiais para cozinhar com seus familiares transformando o ato numa prazerosa e inesquecível convivência.
Se você ainda não acessou o sítio www.marcolina.com.br para ver o vídeo e todas as informações para aluguel ou compra de cabanas, faça agora.
Além desses prazeres, a estada será uma excelente oportunidade de educação e conscientização ambiental.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lula, o filho do Brasil se escondia por aqui...


Lula tem amigos na região. Costumava passar férias em paraísos onde se pegava peixes do tamanho deste. Você conhece o lugar?
Agora, além de presidente ele é tema de filme: Lula, o filho do Brasil. Baseado no livro homônimo escrito pela jornalista Denise Paraná, o filme de Luiz Carlos Barreto narrará a história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o seu nascimento até a morte da mãe. A estreia prevista para o ano novo de 2010 deve ter a intenção de favorecer a sucessão presidencial (por mais que neguem os petistas, a obviedade é infantil).

Um destes é parente do presidente. Você sabe quem?

Alguém duvida que o filme será um dos maiores sucessos de bilheteria da história do cinema brasileiro? Sindicatos de trabalhadores de todo o Brasil já se mobilizam para encontrar fórmulas legais de "patrocinar" ou "subsidiar" os preços dos ingressos para que sejam populares.
As salas de cinema de Joinville e São Francisco do Sul (essa é dica) serão tomadas por trabalhadores, petistas, simpatizantes e amigos do presidente.

Lula colheu marisco na fazenda do amigo. Agora ficou fácil?

sábado, 17 de outubro de 2009

Sótão premiado


Tenho me arvorado como produtor cultural. Na empresa, temos produzido projetos diversos para serem viabilizados com captação de recursos públicos e privados para a produção de eventos culturais, artísticos, educativos etc.
O projeto “Histórias da Nossa Gente”, patrocinado pelo Governo Federal através do Ministério da Cultura resultou numa pesquisa de campo para o resgate de parte do patrimônio imaterial em cinco comunidades rurais e de pescadores de Joinville e região. Uma dramaturgia foi produzida com esta pesquisa e também premiada pelo Governo do Estado de Santa Catarina em 2009. A produção de um espetáculo de teatro (Sótão) está em andamento com estreia prevista em novembro de 2010.

Sótão - Concorreu com quase dois mil projetos e foi um dos 189 premiados pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo a Cultura

Ilaine Melo comemora o encontro com a arma ideal que deveria ter composto cenário de outro espetáculo: Babaiaga. Muriel Szym atento ao desfecho da descoberta...

Ficha Técnica
Direção: Ilaine Melo
Atores: Ilaine Melo e Muriel Szym. Trilha sonora: Fabio Kabelo
Confecção de instrumentos musicais: Fábio Kabelo
Produção: Altamir Andrade

Em 2006 a dramaturga, diretora e atriz de teatro Ilaine Melo, foi uma das premiadas do Prêmio Mirian Muniz da Funarte. O Prêmio recebido era para realizar uma pesquisa junto a cinco comunidades da Região de Joinville, “resgatando” lendas, mitos, causos, que fazem parte do “acervo cultural imaterial” destas comunidades, tendo como objeto final a elaboração de um texto dramatúrgico. As regiões pesquisadas foram:
- Estrada Palmeiras (comunidade rural de Joinville)
- Morro do Amaral (comunidade pesqueira de Joinville)
- Quiriri (comunidade rural de Joinville)
- Barra do Itapocu (comunidade rural de Araquari)
- Vila da Glória (comunidade pesqueira de São Francisco do Sul).

Todos ficaram mais tranquilos ao ver o destino/uso do comemorado punhal, especialmente Fábio Kbelo que foi servido com um naco da sua mais consumida iguaria: torresmo

Nasceu assim: Sótão, um texto que funde histórias e mistério, o envolvimento com o fantástico, com o sobrenatural tão presente e vivo em comunidades tradicionais. O texto aborda quatro blocos:
1- Lobisomens
2- Bruxas
3- Benzedeira
4- Mortos e Assombração

Assim deverá ser o espetáculo: quatro pequenos atos, independentes, mas, intimamente ligados por um fio condutor - o imaginário. A ideia de montagem é que o espetáculo seja apresentado preferencialmente em sótãos e teatros de bolso, locais onde por si só reside o mistério; mistério é a palavra-chave do espetáculo. O objetivo é envolver a platéia num universo atemporal, num encontro-reencontro com arquétipos que envolvem a humanidade a milhares de anos. O espetáculo irá envolver a arte milenar da narrativa com uma atuação contemporânea, não linear, onde o corpo, a voz e a música não são elementos ilustrativos, são a própria cena, são a própria ação.



O cenário deverá ser um ambiente acolhedor, com cheiro de mistério, de lugar não-comum. Cada canto do ambiente contará por si só uma história. A intenção é que a platéia ao entrar no local, tenha pequenas histórias contadas sem necessariamente ouvir uma única palavra. Signos estarão espalhados por todo o espaço.
A música também deverá fazer parte da dramaturgia. Instrumentos não convencionais serão construídos para, além da trilha sonora, enriquecer a composição do cenário. Portanto, a atuação, a música e o cenário, são convites para o espectador mergulhar nas histórias que a muito fazem parte do inconsciente coletivo.

O grupo no processo criativo. Percebe-se, não?
Dar vida cênica a estas lendas, a estas assombrações, vai além de mantê-las entre nós, pretensiosamente queremos dar a elas um tom poético, usar do poder do teatro para tanger a alma humana, transpondo o limite entre o real e o imaginário.
Descrição: Montagem do espetáculo de teatro para espaços alternativos. Espetáculo que envolve trechos de histórias do universo popular catarinense. Histórias estas recolhidas em cinco comunidades tradicionais: pesqueiras e rurais do norte do Estado de Santa Catarina.

O primeiro encontro para criação do bloco do lobisomem aconteceu no sítio do amigo Gilmar Ferreira, às margens da BR 376, no Paraná, na noite chuvosa de 15 de outubro de 2009, Dia do Professor. A recepção que tivemos pelo chacreiro (Sagui, como é conhecido) foi inusitada. Ele estava com o "tanque" cheio, mas foi gentilmente solícito.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Premiados do II Festival Paulínia de Cinema

A imagem é o troféu Menina de Ouro gigantemente ampliado para um monumento no meio da rótula rodoviária de acesso ao Polo Cinematográfico de Paulínia, SP

A Coca-cola, o jeans, o tênis foram vendidos para o mundo através do cinema. Nos EUA a indústria cinematográfica é prioridade de governo e uma ferramenta de integração extraordinária. O atraso brasileiro nessa área teve um capítulo recente protagonizado pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo quando numa canetada extinguiu a Embrafilme. Com a Ancine o governo está incentivando a retomada dos investimentos. Apesar disso, não faltam críticas às políticas do Governo Federal.
Durante o II Festival Paulínia de Cinema debates diários enriqueceram o evento que aconteceu no período de 9 a 16 de julho. No que tratava dos “Desafios da Produção Cinematográfica”, o presidente da Academia Brasileira de Cinema (ABC), Roberto Figueira de Farias foi enfático: “Iniciativas como Paulínia são muito mais saudáveis porque os incentivos são dirigidos ao cineasta”.
A afirmação se justifica porque segundo Farias as leis de incentivo não foram feitas para o cineasta. “O incentivo é oferecido a empresas a quem o cineasta deve buscar dinheiro (patrocínio público ou privado) para fazer o filme. Elas viram sócias dos filmes. São as grandes empresas que decidem quais filmes serão produzidos no Brasil”.
A produtora Mariza Leão, da Morena Filmes, faz coro e complementa que no sistema atual via editais o filme sofre ainda a avaliação de uma comissão que faz um julgamento que é sempre uma abstração e raramente tem pensamento estruturado como acontece em Paulínia. “Aqui o pensamento é vertical com formação e utilização de mão de obra, por exemplo. Aqui você tem balizamentos que permitem entender quando você deve trazer seu projeto para cá, diferente de outros fora de Paulínia”.
O presidente da ABC também encontra unanimidade no meio artístico quando diz que, por ser público o dinheiro recebido via editais, há uma série de exigências burocráticas “infernais” que custam caro. “Não estou pregando que a forma atual desapareça, mas que se busquem alternativas para mais liberdade de expressão. Hoje fazemos filmes para agradar empresas, diretores de marketing e patrocinadores”, desabafa Farias.
Apesar de estar na segunda edição, o Festival Paulínia de Cinema já é reconhecido nacionalmente. Representantes do estado que sempre foi líder no segmento audiovisual, o Rio de Janeiro, vieram buscar inspiração. “Estamos impressionados com tudo o que já tem e acontece aqui em tão pouco tempo. É uma visão inovadora, de longo prazo”, reconhece Cristina Bokel Becker, Chefe do Escritório de Apoio ao Áudio Visual da Secretaria de Estado de Cultura carioca.
O Secretário de Cultura de Paulínia Emerson Pereira Alves admite que a cidade criada pelos militares em 1964 como estratégia de Segurança Nacional com a instalação da maior refinaria de petróleo do país ainda não vive do cinema. “Mas a semente que se plantou no governo passado já está dando frutos. Em média, cada R$ 10 mil investidos geram trinta empregos diretos. Cada um destes cria mais três indiretos”, afirma Alves que era secretário municipal na gestão anterior.
A política de incentivo ao cinema em Paulínia destina verbas do Fundo Municipal de Cultura via editais (no mínimo 1,5% da receita em cultura) sob a forma de prêmios. “Criada há cerca de quatro anos, com essa lei o dinheiro vem da prefeitura através de fomento. Quem ganha não precisa correr atrás de empresas para deduzir de impostos os seus patrocínios”, explica o diretor geral do festival Ivan Melo.
Neste II Festival Paulínia de Cinema foram distribuídos R$ 650 mil em prêmios entre os competidores. A relação dos premiados se compõe de excelentes sugestões para quem aprecia boas obras. São elas:

LONGA-METRAGEM FICÇÃO
Melhor Filme (R$ 60 mil): Olhos Azuis, de José Joffily.
Melhor Direção (R$ 30 mil): Ana Luiza Azevedo, de Antes que o Mundo Acabe
Prêmio Especial do Júri (R$ 30 mil): O Contador de Histórias, de Luiz Villaça.
Melhor Roteiro (R$15 mil): Paulo Halm e Melanie Dimantas, de Olhos Azuis
Melhor Ator (R$ 25 mil): Marco Ribeiro, Paulo Mendes e Cleiton Santos, de O Contador de Histórias
Melhor Atriz (R$ 25 mil): Cristina Lago (Olhos Azuis), Silvia Lourenço e Maria Clara Spinelli (Quanto Dura o Amor?)
Melhor Ator Coadjuvante (R$ 15 mil): Irandhir Santos, de Olhos Azuis
Melhor Atriz Coadjuvante (R$ 15 mil): Nívea Magno, de No Meu Lugar
Melhor Figurino (R$ 15 mil): Rosangela Cortinhas, de Antes que o Mundo Acabe
Melhor Trilha Sonora (R$ 15 mil): Leo Henkin, de Antes que o Mundo Acabe
Melhor Direção de Arte (R$ 15 mil): Fiapo Barth, de Antes que o Mundo Acabe
Melhor Som (R$ 15 mil): François Wolf, de Olhos Azuis
Melhor Montagem (R$ 15 mil): Pedro Bronz, de Olhos Azuis
Melhor Fotografia (R$ 15 mil): Jacob Solitrenick, de Antes que o Mundo Acabe.

LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Melhor Documentário (R$ 45 mil): Só Dez Por Cento é Mentira, de Pedro Cezar
Melhor Direção de Documentário (R$ 30 mil): Roberto Berliner e Pedro Bronz, por Herbert de Perto

CURTA-METRAGEM REGIONAL
Melhor Filme (R$ 20 mil): Juliano Luccas, de Spectaculum
Melhor Direção (R$ 15 mil): Caue Fernandes Nunes, de Quem será Katlyn
Melhor Roteiro (R$ 8 mil): Pedro Struchi, de Prós e Contras
Melhor Ator (R$ 8 mil): Alexandre Caetano, de Prós e Contras
Melhor Atriz (R$ 8 mil): Roseli Silva, de Morte Corporation
Melhor Montagem (R$ 8 mil): Caue Fernandes Nunes, de Quem será Katlyn
Melhor Fotografia (R$ 8 mil): Marcelo Mazzariol, de Spetaculum

CURTA-METRAGEM NACIONAL
Melhor Filme (R$ 20 mil): Timing, de Amir Admoni
Melhor Direção (R$ 15 mil): Érico Rassi, de Milímetros
Melhor Roteiro (R$ 8 mil): Erico Rassi de Milímetros
Melhor Ator (R$ 8 mil): Fábio Di Martino, de Milímetros
Melhor Atriz (R$ 8 mil): Débora Falabella, de DoceAmargo
Melhor Montagem (R$ 8 mil): Amir Admoni, de Timing
Melhor Fotografia (R$ 8 mil): André Modugno, de Relicário

PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor Filme de Ficção: Antes que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo
Melhor Filme de Documentário: Moscou, de Eduardo Coutinho

JÚRI POPULAR
Melhor Filme de Ficção (R$ 30 mil): O Contador de Histórias, de Luiz Villaça
Melhor Filme de Documentário (R$ 20 mil): Caro Francis, de Nelson Hoineff
Melhor Curta-metragem Nacional (R$ 10 mil): Nesta Data Querida, de Julia Rezende
Melhor Curta-metragem Regional (R$ 10 mil): Quem será Katlyn, de Caue Fernandes Nunes

segunda-feira, 23 de março de 2009

Bons oradores têm melhores cargos e salários

Ponha-se na cadeira de um grupo de acionistas.
O cargo de presidente está vago.
Uma entrevista de seleção vai acontecer.
Do recrutamento sobraram dois candidatos. Irmãos gêmeos. Estudaram nas mesmas escolas, fizeram os mesmos cursos de especialização, têm os mesmos conhecimentos. Para qual deles será o seu voto?
A resposta é óbvia: se os dois estão igualmente qualificados, ficará com a vaga aquele que se comunica melhor!
Lembra-se de quando você estava na escola?
Anos depois encontra os colegas que eram os “CDFs”, que tiravam as melhores notas, faziam todos os trabalhos, eram os mais quietinhos e você quase morria de inveja das notas deles.
Encontra também aqueles que viviam atrapalhando as aulas e eram campeões em levar broncas dos professores. As notas estavam quase sempre na tangente da reprovação e exames de segunda chamada eram rotinas nas vidas deles. Até ouvia-se alguns professores compararem-nos com os “CDFs”: “Não vai ser nada na vida!”.
A surpresa: A maioria dos que “davam trabalho” compõem o grupo de empresários, líderes ou executivos bem sucedidos (Não estou falando daqueles que já afloravam sua tendência marginal, mas sim dos contestadores, instigadores e, por conseqüência, faladores).
Já a maioria dos quietinhos e queridinhos dos professores, quase todos ocupam posições “menores” nas empresas onde trabalham.
Quase sempre os que se comunicam melhor têm as melhores posições, mesmo que não sejam os melhores.
E aquela turma da “bagunça” era pródiga na conversa!
O que os empresários mais precisam?
Além de profissionais altamente qualificados, cada vez mais se procura gente animada, positiva e ar-ti-cu-la-da. As empresas precisam de empregados e executivos que sejam bons ouvintes nas reuniões e excelentes oradores nas exposições. O mercado crescentemente competitivo necessita de especialistas no enfrentamento de platéias ao redor de mesas e pequenos e grandes auditórios.
Em quase 40 anos realizando cursos e assessorias às empresas pude verificar que os tímidos são menos competitivos, têm os menores salários, ocupam mais cargos da base da pirâmide.
Se o profissional não souber fazer boas exposições orais, tem tudo para perder as posições que conquistou ou apenas manter-se onde está.
Emerson já dizia: “A palavra é poder, falar é persuadir, converter, atrair..” A palavra flui nossos sentimentos e raciocínio.

Altamir A. Andrade é jornalista, professor e personal trainer de oratória e membro do Conselho de Presidentes do Clube de Oratória e Liderança de Joinville

Leia mais sobre o tema neste blog:
Escolas de jornalismo não ensinam oratória

sábado, 21 de março de 2009

Escolas de jornalismo não ensinam oratória

Um dos maiores filósofos inglês durante o período da Renascença, Francis Bacon, afirmava que o homem completo apresenta três elementos distintos:
O homem que escreve é exato
O homem que lê é cheio
O homem que fala é pronto
Escolas de jornalismo, na sua maioria, não contemplam uma disciplina de oratória. No terceiro milênio cristão da história da humanidade, falar em público ainda é considerada uma arte que se deve aprender empiricamente, apesar de toda a ciência que fundamenta o ato. Na comunicação oral, apenas 7% se faz pelo significado das palavras. Entonação de voz, modulação, velocidade, volume, ou seja, como se fala comunica 38%. Os 55% restantes (a maioria) é o corpo que fala: gestos, posturas, vestuário, semblante etc. Estes dados disseminados principalmente por neurolingüistas revelam o descaso da academia com a comunicação humana.
Praticamente todo o esforço escolar é para ensinar signos, seus significados e significantes. Em seu livro “Pragmática da Cognição – A textualidade pela relevância”, Jane Rita Caetano da Silveira e Heloísa Pedroso de Moraes Feltes (EDIPUCRS, 1997) abordam as inferências nos enunciados e alertam: “Um mesmo enunciado pode ser diferentemente interpretado quando variam as situações comunicativas em que este se inscreve”. A psicologia explica que nenhum ser humano é emocionalmente igual a outro, pois nossas personalidades se formam com base em subjetividades privatizadas em contextos únicos.
Samira Chalub em “Funções da Linguagem” (Editora Ática) afirma que “todos os sistemas de sinais são passíveis de interpretação metalingüística”. Então, sobre uma mesma palavra, dita com um sorriso, tem-se, de um determinado ouvinte, a possibilidade de interpretação completamente diferente se expressa com um semblante tenso, por exemplo. Como se vê, tem razão um dos mais brilhantes comunicólogos da atualidade no país, Dr. Jacques Weinberg: “Quando duas pessoas conseguem se comunicar, é preciso comemorar”.
Em “Lingüística e Comunicação” (São Paulo, Cultrix, 1969), Roman Jakobson lembra: “O empenho em iniciar e manter a comunicação é típico das aves falantes; dessarte (sic), a função fática da linguagem é a única que partilham os seres humanos. É também a primeira função verbal que as crianças adquirem; elas têm tendência a comunicar-se antes de serem capazes de ouvir ou receber comunicação informativa”.
Para se tornar um bom emissor (comunicador, orador, repórter etc) é necessário ter bem definido:
O que falar?
Quanto falar?
Quando falar?
Como falar?
Quando calar?
É imperativo que um comunicador tenha dotes quanto:
- À inteligência, com habilidades para a Argúcia (facilidade para penetrar nos problemas que lhe são propostos);
- Imaginação (facilidade para torná-los concretos) Memória (capacidade para reter os argumentos e o fio do discurso);
- À vontade, composta por Sensibilidade (capacidade de se sintonizar com os sentimentos dos ouvintes);
-Paixão (capacidade para entusiasmar-se com as próprias idéias) e Energia (capacidade de impor a sua vontade aos ouvintes);
- Ao físico, destacadamente para o Aspecto (nobre para se impor – natural);
- Voz (agradável, forte, sonora, maleável, clara, para se fazer compreender) e
- Gesto (fácil, elegante, natural para agradar).
A comunicação verbal é uma “arte” que requer muitas qualidades numa sociedade que tem na televisão o principal veículo de informação, e que Pedro Maciel, em seu livro “Jornalismo de Televisão (Sagra – D.C. Luzzato Editores, RS, 1995) alerta: “O jornalista, na maioria das escolas, ainda continua recebendo uma formação profissional como se fosse trabalhar apenas em jornal impresso e quando vai para a televisão, de um modo geral, mostra muita dificuldade para falar a linguagem do telespectador...”
Ensina ainda o escritor: “O repórter de televisão precisa preocupar-se também em manter cuidados com a roupa, que deve ser bem cortada e de bom gosto, com o cabelo, que deve passar uma impressão de limpeza e harmonia, com a voz, que deve mostrar segurança na televisão, esses cuidados deixam de ser expressão de futilidade, sinais de vaidade pessoal, para se tornar uma necessidade profissional”.
Tão indiscutível quanto é a premissa de que o homem não vive socialmente sem comunicação, deveria ser a necessidade das escolas que formam comunicadores de investirem científica e insistentemente na oralidade humana. Considerando que a comunicação representa a condição da possibilidade da interação social, visa em essência a satisfazer a necessidade de cooperação que se desenvolve na sociedade. A linguagem surge em resposta a esta necessidade, constitui o produto da comunicação.
Para Francisco R. Rüdiger (Comunicação e Teoria Social Moderna – Introdução aos Fundamentos Conceituais da Publiscística. Editora Fênix, 1995), “a linguagem é uma criação coletiva em que se materializam as formas de consciência socializadas pela comunicação, alimentando a consciência individual e fornecendo a matéria de seu desenvolvimento”. É de se espantar que diante de tantas evidências e complexidades pouca atenção se dá ao tema nas escolas.
Enquanto um orador do cotidiano enfrenta platéias de dezenas ou algumas poucas centenas de ouvintes, o repórter, jornalista ou apresentador de televisão “conversa” com milhares, milhões. Suas dificuldades aumentam, pois ele não vê sua platéia que o fixa atenta e detalhadamente. Superar o medo de falar em público não é tarefa simples, em se tratando de profissionais de comunicação, pois ele sabe que a platéia está ali e ele não a vê. Enquanto o orador de platéias vê e interage com o “perigo”, o profissional da comunicação o tem potencializado, por ser o “perigo” invisível.
Jornalistas são seres humanos, apesar de alguns se acharem o contrário, e uma pesquisa feita no início deste milênio pelo jornal inglês Sunday Times com três mil americanos revelou dados surpreendentes. A pergunta era: qual o seu pior medo? As respostas:
41% disseram que era falar em público;
32% têm mais medo de altura;
22% de insetos;
22% de ter problemas financeiros;
19% de doença;
19% da morte.
Outra pesquisa realizada com 100 mil australianos mostra que 1/3 dos entrevistados diz preferir a morte a falar em público. Em qualquer lista de medos, o medo do público geralmente aparece em primeiro, na frente até da morte. O medo de falar em público é, na verdade, uma soma de vários medos:
- o medo de falhar ou de fazer uma apresentação pobre;
- o medo da platéia, pois a vemos com uma autoridade julgadora;
- o medo do material
É fato que a “arte” de falar, polemizar, conversar e discursar permite revelar o caráter, temperamento, cultura e grau de educação do orador. O medo de falar em público impede que algumas pessoas consigam fazer uma boa apresentação. O Clube de Oratória e Liderança de Joinville (www.clubedeoratoria.org.br) divulga os dez maiores medos:
1) De falar em público;
2) De altura;
3) De insetos e vermes;
4) De problemas financeiros;
5) De águas profundas;
6) De doenças;
7) Da morte;
8) De voar;
9) Da solidão;
10) De cachorro
O medo do desconhecido, inerente da natureza humana, é outro vilão. Enfrentar platéias e não ter domínio sobre suas reações assustam tanto quanto o medo da opinião pública sobre sua reportagem ou apresentação. A maioria das pessoas é muito autocrítica e teme o ridículo. Identificar o medo e enfrentá-lo são as melhores formas de impedir que ele atrapalhe o seu desenvolvimento profissional. Como é que um projeto pode ser aprovado se você estiver tremendo nas bases na hora de apresentá-lo?
Entre executivos brasileiros, pesquisa da revista Você S.A. apontou:
- 64% de 481 leitores que responderam dizem ter medo de falar em público.
- 66% de 261 assumem que esse é um de seus maiores medos.
Duas notícias para você. A má: vencer esse medo é fundamental para você ter chance de sucesso. A boa: é possível dominar esse medo e até fazê-lo trabalhar em seu favor. "Não existe nada realmente especial em falar em público. Não é um dom genético herdado nem está sujeito à inspiração divina. É um ofício que se aprende, exatamente como se aprende o ofício de marceneiro, de esquiador, de saxofonista", afirma o americano Jack Valenti em seu livro A Fácil Arte de Falar em Público.
O circuito completo das comunicações verbais se compõe de seis partes:
1) Fonte e ou emissor humano
2) Voz
3) Vocabulário
4) Expressão corporal
5) Decodificadores
6) Retorno
Enquanto a voz comunica mensagem emocional, temperamental e psicológica, carregando com facilidade a personalidade, o vocabulário leva a mensagem intelectual. Constitui-se de sinônimos, antônimos e analógicos ou palavras afins. A expressão corporal (mímica) pode fortalecer ou enfraquecer e até destruir a comunicação da voz e do vocabulário, pois como já vimos, o corpo comunica mais da metade da mensagem.
Os decodificadores, receptores ou ouvintes, receberão a comunicação de maneira fidedigna se não houver interferência, ruído. Já o retorno, ou feedback, é a realimentação para que o comunicador possa receber e aproveitar as influências do ouvinte ou de um auditório para manter o discurso ou mudá-lo.
Os gregos (da Grécia antiga) pregavam que era muito mais vergonhoso um indivíduo não saber lutar com sua comunicação verbal do que não saber lutar com sua força física, pois a força física era fruto da mãe natureza e a capacitação para a linguagem oral dependia única e exclusivamente da vontade de cada um.Escolas de comunicação precisam atentar para o ensinamento de outro grande orador, Sócrates, que dizia: “Fala para que eu te veja”.
Altamir A. Andrade é jornalista, professor e personal trainer de oratória, Instrutor Titular e Conselheiro do Clube de Oratória e Liderança de Joinville