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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Existem três tipos de palhaços

Segundo o Dicionário Didático da SM existem três tipos de palhaços.
Se dito de forma informal pejorativa qualifica pessoa de pouca seriedade ou que se considera ridícula.
Conheço muitos, e como é fácil encontrar novos desses.
Numa segunda situação ainda informal define aquelas pessoas que têm facilidade para causar risos com seus gestos ou com suas palavras.
Conheço poucos e como é difícil encontrar novos desses.
Ou ainda para qualificar o profissional, artista de circo, que faz brincadeiras e piadas, e que usa roupas coloridas e maquiagem extravagante.
Em toda a minha vida não enchem os dedos das minhas mãos os que conheci, e estes estão cada vez mais raros, infelizmente.
Concordo com essas definições da editora espanhola que há menos de dez anos no Brasil já ocupa uma das cinco primeiras posições no mercado nacional.

Antes de continuar falando de palhaço, na imersão que fiz em Porto Alegre, RS, como já escrevi em postagem anterior, fui ao Cine Guion. É muito bom ir ao cinema sem precisar entrar numa dessas modernas arapucas de bolsos, os tradicionais shoppings. É puro deleite assistir um filme em cinema de rua. Melhor ainda se estiver cercado de bares, restaurantes, cafés, jornais, livros, revistas, obras de arte... E se tudo isso estiver num ambiente que no passado fora uma fábrica, uma olaria... fica ainda mais especial. Esse é o Cine Guion, à rua General Lima e Silva, 776.
É ponto de encontro de artistas, intelectuais, jornalistas, publicitários enfim, gente de pouco senso comum.
Salas pequenas, poltronas confortáveis, som excelente. O que ainda deixa melhor o Guion?!?!?
Filmes selecionados. Filme Arte e não os caca-níqueis hollywoodianos.
Visitei também o Jardim Botânico de POA. Gosto das esculturas que formam os cipós e as raízes de algumas árvores. Como este cipó no centro do Jardim.


Ou ainda, como essa raiz, abaixo, que exponho aqui em três ângulos diferentes. 




Agora volto ao palhaço, mas àquele cada vez mais raro e no caso específico dessa postagem "O Palhaço" de Selton Mello. Assistir "O Palhaço" no Cine Guion, arrisco dizer que é perfeito.
Sou apaixonado pelos pequenos circos. Destes em que a maioria é da família, sem animais, e o(s) palhaço(s) é a maior atração.
O filme que tem direção e atuação de Selton Mello é um presente aos empreendedores e profissionais dos circos mambembes. Mas, também, uma obra que pode facilmente fazer o espectador rir e chorar. Emocionei-me muito. Dei sonoras gargalhadas, também.
Ver na telona, num filme de tamanha qualidade, atuando figuras caricatas como o "Zé bonitinho" - Jorge Loredo, o "Ferrugem" - Luiz Alves Pereira Neto e o Moacyr Franco, foi uma deliciosa surpresa.
O filme é imperdível. Fotografias maravilhosas. Roteiro inteligente, com detalhes que fazem a diferença, como no momento quando o palhaço tem na ponta da língua a resposta de um cálculo matemático que um empresário se tortura em resolver.
"O Palhaço" conta a história de Benjamin e de sua trupe no Circo Esperança pelas estradas do interior do Brasil. Benjamim (Selton Mello) e Valdemar (Paulo José) formam a dupla - filho e pai - de palhaços Pangaré e Puro Sangue. O filme é tocante, gracioso, divertido. O segundo longa-metragem dirigido por Selton Mello. Se o primeiro, Feliz Natal, filme que marcou a estreia de Selton Mello (Meu Nome Não é Johnny e A Mulher Invisível) na direção, teve um público pagante de apenas 30 mil pessoas, estou certo que nesse o artista ruma para o auge de sua carreira como diretor e torço para uma estrondosa bilheteria.
Vou assistir de novo, pois é filme para ser visto mais de uma vez. A cena, quase ao fim, da mais jovem artista correndo feliz sobre o caminho de tábuas e seu desfecho é pura poesia... Não perca. Se puder, no Guion.



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